Da Gávea foi para o Santiago Bernabéu, em Madri. Passou pelo Chaban-Delmas, em Bordeaux, na França, e até pelo Chipre, pequenino país europeu. Nessas muitas voltas que o mundo dá, o atacante Sávio foi virar ídolo da torcida azul do Sul da Ilha de Santa Catarina, a do Avaí. De quebra, largou a Cidade Maravilhosa e trouxe esposa, três filhos, papagaio e gato para morar na Beira-Mar, em Florianópolis.
Do camarote da Ressacada, Sávio confirmou que estará ausente da estreia do Avaí no Brasileirão 2010, neste domingo, às 18h30min, diante do Grêmio Prudente, na Ressacada. Após sentir novamente a lesão que o tirou das finais do Catarinense, o meia vai se submeter a duas semanas de tratamento médico.
No entanto, aos 36 anos, o meia Sávio não pensa em pendurar as chuteiras tão logo:
– Eu me sinto muito bem tanto na parte física quanto no ambiente de futebol. Tem que esperar o segundo semestre para ver como eu vou terminar. Se eu ainda estiver bem fisicamente e motivacionalmente, aí vou ver o que faço para 2011.
A satisfação é tanta que o ex-atacante da seleção brasileira já pensa em prolongar a sua estada em Floripa. Inclusive depois de encerrar a carreira como jogador. A adaptação dele e da família é apontado como principal fator para a decisão.
O contrato com o Avaí se encerra em dezembro de 2010. No entanto, o meia dá sinais de que pode seguir no Leão por mais tempo, mesmo sem jogar.
– O Avaí é a primeira opção. Depois de onze temporadas no futebol europeu, pretensão de sair agora não passa muito pela minha cabeça. Estou muito feliz aqui e a minha família também. Acho isso o mais importante. Como estamos acostumados com o Rio de Janeiro, tudo muito corrido, é uma tranquilidade muito grande em Florianópolis. Além da beleza que tem a cidade e as praias, as pessoas são bem mais tranquilas – comparou.
Fora do pôster
Vetado por lesão, Sávio ficou de fora do pôster de campeão catarinense pelo Avaí:
– É horrível e muito difícil, mas ao mesmo tempo você tem que aceitar que faz parte do futebol e está sujeito a tudo. É uma sensação muito ruim você estar de fora, ver os seus companheiros jogando a final e não poder fazer nada – lamentou.
Sem ter vencido o prêmio de melhor na sua posição pelo Campeonato Catarinense, o meia demonstrou humildade por ter sido agraciado com o Top de Prata:
– Fiquei muito feliz. Os que ganharam na minha posição foram agraciados por merecimento. São jovens, promissores e estão conquistando o seu espaço.
Na Ressacada
O fato de ter jogado em estádios como o Santiago Bernabéu, pelo Real Madrid, e o Maracanã, pelo Fla, não diminuem o prazer de atuar na Ressacada lotada.
– São estádios diferentes, um maior e outro menor, mas de certa forma o conteúdo e a emoção são os mesmos.
Depois de se tornar campeão catarinense no último domingo, Sávio promete manter a máxima dedicação no Leão:
– Particularmente, vou procurar fazer mais, mais e mais pelo Avaí. Não é por demagogia, mas por dedicação. Eu honro a camisa a todo o momento.
Fora, comodismo!
Assim como no Catarinense, o camisa 10 vai lutar pela titularidade na equipe durante o Brasileiro e a Sul-Americana:
– Eu respeito muito os companheiros que buscam um lugar na equipe, mas sou um jogador que não me acomodo nunca. Isso foi sempre assim na minha carreira e graças a Deus eu tive muito êxito.