O Atlético-MG anunciou nesta segunda-feira (26) um novo acordo com a casa de apostas Betano, que já era patrocinadora do clube, e estendeu o vínculo até o fim de 2024, incorporando agora o time feminino e ativações na Arena MRV. O CEO do clube, Bruno Muzzi, revelou que o novo valor é o maior patrocínio da história do clube, mas no momento de alta desses valores, principalmente com as “bets”, o Galo ainda fica com um dos menores patrocínios da Série A.
No Atlético desde 2021, a Betano agora também vai estampar a parte mais nobre do uniforme do futebol feminino do clube, além de poder realizar ações na Arena MRV, como camarote customizado e ativações no local. Com isso, a casa de apostas vai passar a pagar R$ 18 milhões ao Galo, R$ 4 milhões a mais do que no acordo anterior, como revelou Bruno Muzzi, que citou ainda que algumas metas alcançadas podem fazer o valor saltar para R$ 25 milhões.
Presidente do Atlético, Sérgio Coelho também celebrou o acordo: “Entre as bets, a Betano é uma das maiores e mais prestigiadas do mundo. Está ampliando o contrato com o Galo porque colheu resultados”.
🫱🏽🫲🏼 Uma parceria cada vez maior e mais forte! 💪🏽
🏴🏳️ Galo e @Betano_BR ampliam o contrato de patrocínio master para a temporada. Novo acordo inclui o @GaloFFeminino e @ArenaMRV: https://t.co/mFV6eYUikn pic.twitter.com/hMEQhl4kDT
— Atlético (@Atletico) February 26, 2024
Esse valor de R$ 18 milhões foi celebrado pelo Atlético como o maior patrocínio da história do clube. De fato, é o maior, mas perto do aumento do mercado atual, principalmente com as casas de apostas como a Betano, é um valor ainda muito abaixo dos principais clubes da Série A – e até da Série B, no caso do Santos.
– A gente remodelou o contrato até o fim deste ano para que a gente possa conversar com a Betano, com outros patrocinadores, para trabalhar num contrato maior, de mais longo prazo, a partir de 2025 — afirmou Bruno Muzzi.
Os maiores patrocínios do Brasil
O maior patrocínio do Brasil é, disparado, o do Corinthians, como revelou o próprio clube no início do ano. São R$ 120 milhões por temporada para o time paulista em acordo com a casa de apostas “Vai de Bet”. Atrás, vem o Flamengo, com outra casa de apostas, a “PixBet”, que paga R$ 85 milhões ao Rubro-Negro. Fechando o Top 3, com direito a um asterisco, aparece a Crefisa no Palmeiras, que desembolsa R$ 81 milhões, mas por exclusividade em todo o uniforme, não só no máster.
Fecham o Top 5 o São Paulo, recebendo R$ 52 milhões da SuperBet, e a dupla Gre–Nal, sendo R$ 30 milhões do Banco Banrisul para cada. O Cruzeiro, maior rival do Galo, que passou três anos na Série B recentemente e ainda não retomou seu protagonismo no futebol brasileiro, recebe R$ 25 milhões fixos da Betfair. O Botafogo, que viveu algo parecido à Raposa, mas já se destacou em 2023, recebe R$ 27,5 milhões da Parimatch, enquanto o Santos, rebaixado para a Série B, recebe R$ 22,5 milhões da Blaze – e já teve proposta de R$ 30 milhões.
O Atlético, mesmo com esse novo contrato com a Betano, só aparece na sequência, no “bolo” que têm Bahia, Fortaleza, Athletico-PR e Fluminense. O Tricolor, inclusive, tem a mesma patrocinadora do Galo, e recebe algo parecido (cerca de R$ 15 milhões), mas já se movimenta para receber mais após o título da Libertadores de 2023 e recebeu proposta de R$ 35 milhões, como informou a Trivela.
O único time que não aparece na lista é o Vasco, que ainda não tem patrocinador. O Cruz-Maltino recebia R$ 22 milhões (mais que o Galo já) da PixBet, mas encerrou o contrato por entender que merece mais, e procura agora quem pague algo na casa dos R$ 40/50 milhões.
Confira a lista dos maiores patrocinadores do Brasil
- Corinthians – Vai de Bet: R$ 120 milhões
- Flamengo – Pixbet: R$ 85 milhões
- Palmeiras – Crefisa: R$ 81 milhões*
- São Paulo – SuperBet: R$ 52 milhões
- Grêmio e Internacional – Banrisul: R$ 30 milhões para cada
- Botafogo – Parimatch: R$ 27,5 milhões
- Cruzeiro – Betfair: R$ 25 milhões
- Santos – Blaze: R$ 22,5 milhões
- Bahia – Esportes da Sorte: R$ 19 milhões
- Atlético-MG – Betano: R$ 18 milhões
- Fortaleza – Novibet: R$ 18/20 milhões
- Athletico-PR – Esportes da Sorte: R$ 16/17 milhões
- Fluminense – Betano: R$ 15 milhões
- *Vasco: era R$ 22 milhões da PixBet
Falta ambição ou o Atlético não sabe negociar?
Em um mundo que as bets tem cada vez mais dinheiro e entram mais pesado no futebol, vide os patrocínios de Corinthians, Flamengo e São Paulo, por exemplo, receber menos de R$ 20 milhões sendo um dos clubes que mais se destacou no futebol brasileiro nos últimos anos, parece falta de ambição do Atlético, ou então o clube não sabe negociar e não sabe o seu valor.
Vasco, Botafogo e Cruzeiro são clubes que estiveram na Série B recentemente, passaram pelos momentos de suas histórias, e já conseguiram patrocínios “mais gordos”. Enquanto isso, o Atlético, vice-campeão Brasileiro em 2020, campeão Brasileiro e da Copa do Brasil em 2021, Supercampeão do Brasil em 2022, presença certa na Libertadores, clube que brigou no topo nesses últimos anos, anuncia e celebra um patrocínio de R$ 18 milhões. Não há uma lógica nesses valores.
Para um clube que quer disputar com os “mais poderosos”, fica difícil competir se não se valorizar e fechar um acordo que diminua essa distância orçamentária. Para um clube que lamenta tanto a falta de dinheiro, fica difícil arrecadá-lo se aceita um valor tão baixo nos padrões atuais. Para um clube que quer se tornar uma “paixão nacional”, fica difícil nacionalizar-se quando nem o próprio se valoriza.