Pessoas de outros Estados costumam fazer tolas ironias sobre a Taça Guanabara. Como se sua existência fosse uma bizarrice em meio a campeonatos estaduais com regulamentos bizarros como o do paulista.
O troféu foi criado em 1965, anos após Brasília ser fundada e o Rio de Janeiro deixar de ser capital federal. A atual cidade do Rio era, então, o antigo Estado da Guanabara. E foi assim até a fusão com o RJ, em 1974.
Naqueles tempos não havia campeonato brasileiro, Copa do Brasil, Supercopa, Recopa, Sul-americana e a Libertadores tinha um representante por país. Portanto, os times jogavam mais dentro dos próprios Estados.
Naturalmente a Taça Guanabara ganhou relevância naquele contexto, até que em 1972 foi incorporada ao campeonato carioca. Assim, o vencedor do primeiro turno passou a ser o campeão do desejado troféu surgido nove anos antes.
Os tempos mudaram, os Estaduais perderam em importância e o campeonato do Rio de Janeiro não é longo como no passado. Ele chegou a três turnos, e torneio quadrangular final durava meia temporada, ou mais.
Mas o prêmio foi mantido, por isso anualmente é entregue ao time que mais pontua na fase de classificação. Como se fosse o antigo primeiro turno que garantia uma vaga na final ao seu vencedor.
Não é compreensível que tantos se incomodem com a existência da Taça Guanabara. Mas times com maior investimento e ambição não podem valorizá-la como no passado, até os anos 1980 ou 1990.
E o Flamengo, que a ergueu pela 24ª vez neste sábado, ao vencer o Madureira por 3 a 0, tratou o título como ele deve ser encarado, sem euforia, sem supervalorização. E sem esnobar o tradicional troféu.
Obviamente trata-se de uma competição de menor importância, embutida no campeonato cuja conquista é o real objetivo desse começo de ano. Principalmente depois dos muitos fiascos acumulados pelos rubro-negros em 2023.
Opinião
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