O Fluminense conquistou sua primeira Recopa Sul-Americana ao vencer a LDU, sua pedra no sapato, por 2 a 0, nesta quinta-feira (29), no Maracanã, no Rio de Janeiro. Após o jogo, o técnico Fernando Diniz ressaltou a coragem da equipe nas finais.
“É uma vitória muito merecida para uma equipe que sempre teve coragem de jogar, tanto aqui quanto lá”, comemorou o técnico.
Após perder por 1 a 0 no Equador na semana passada no jogo de ida, o Tricolor conseguiu a virada no fim com dois gols do atacante colombiano Jhon Arias na partida de volta deste duelo, que coloca frente a frente os campeões dos dois principais torneios de clubes da América do Sul.
“Feliz pelo gol, feliz por contribuir para a conquista deste título e agora por aproveitar porque é um título que inclui tudo o que fizemos no ano passado. É a conclusão daquela conquista da Copa Libertadores” de 2023, disse o colombiano.
Campeão da Libertadores de 2023, Diniz se vingou do rival, vencedor da última Copa Sul-Americana, que anos atrás privou o time carioca de conquistar seus primeiros troféus internacionais.
O Tricolor conseguiu essa façanha na reta final e com um homem a menos, após a expulsão do atacante John Kennedy, autor do gol do título da Libertadores contra o Boca Juniors, por dar um pisão na perna do meio-campista Óscar Zambrano.
O “Rey de Copas” do Equador, comandado pelo espanhol Josep Alcácer, que não pôde dirigir o time da beira do campo devido a um problema na homologação da licença de técnico, derrotou o Fluminense nas finais da Libertadores de 2008 e da Sul-Americana de 2009.
“Foi um jogo difícil, é um grande adversário, um dos melhores clubes da América do Sul (…) com um elenco de alto nível”, disse Alcácer na coletiva de imprensa.
Fluminense pressiona
Embora desta vez tenham levado menos perigo, no primeiro tempo os equatorianos souberam incomodar o Fluminense, que se mostrou muito previsível: posse de bola de até 80% e constantes trocas de posição de seus jogadores, mas sem que essa posse ou o domínio territorial pudessem ser transformados numa ameaça constante à baliza de Alexander Domínguez.
O experiente goleiro foi incomodado em quatro ocasiões, mas respondeu bem em todas elas, principalmente na mais perigosa: um lance em que ficou cara a cara com Martinelli, aos 11 minutos, que o meio-campista chutou no corpo do goleiro.
Visando manter a vantagem conquistada na altitude de Quito, aposta reforçada pela escalação de três volantes em detrimento do veloz Jhojan Julio, a LDU procurou o contra-ataque, aproveitando a velocidade de Luis Estupiñán sobre o adversário pela ponta esquerda, defendida por Felipe Melo e Diogo Barbosa, substituto de Marcelo, poupado para entrar no segundo tempo.
Suas arrancadas preocuparam a torcida que encheu o estádio (61.217 espectadores) e que sofreu com a vulnerabilidade da defesa, um mal que ofuscou o esquema ofensivo de Diniz.
Entre os erros constantes de Felipe Melo e a necessidade de equilibrar o confronto, o ex-técnico da seleção brasileira interferiu logo cedo: colocou John Kennedy, ausente no jogo de ida por suspensão e autor do gol do título contra o Boca no lugar do experiente defensor.
O promissor atacante acordou os companheiros, que foram mais incisivos diante da meta de Domínguez. Ganharam ainda mais espaço com a entrada de três homens experientes e de perfil ofensivo: Douglas Costa, Marcelo e Renato Augusto.
Os movimentos foram recompensados através de uma arma da qual às vezes pareceram abusar: os cruzamentos. Samuel Xavier alçou uma bola da direita e Arias entrou sozinho e cabeceou para o fundo da rede.
A alegria, porém, deu lugar à tensão, porque o Fluminense perdeu um jogador na reta final: John Kennedy. Mas, apesar da inferioridade numérica, o time carioca continuou cercando a área adversária até encontrar o gol.
Após um passe de Douglas Costa, Renato Augusto entrou na área. O meia Jefferson Valverde derrubou o jogador e o juiz marcou pênalti.
Arias, com frieza e pouca distância, cobrou alto e forte, à direita de Domínguez, que adivinhou o canto, mas nada pôde fazer diante de uma cobrança de triplo valor: gol, título e vingança.