Com 100% de aproveitamento nos três jogos realizados com o Botafogo, Fábio Matias derrotou o Fluminense às vésperas do jogo decisivo contra o RB Bragantino. Apesar da boa campanha, o treinador revelou seguir preparando o terreno para o próximo técnico.
– Eu sou funcionário do clube e é uma função que o clube precisa. Todos os clubes precisam ter a função do auxiliar permanente para caso aconteça algum percalço ou algumas situações dentro do processo, você tem condições de sustentar o trabalho e ajustar algumas coisas que não estejam legais. A gente continua preparando a equipe para quem vai vir. Lógico que o calendário é muito apertado, então você tem que pensar muito no próximo jogo. Particularmente, a gente tem objetivo de futuro. Futebol é muito dinâmico. Vamos organizar a casa da melhor forma possível para que a chegada do novo treinador seja menos traumática dentro do processo. Cada dia a gente constrói degrau por degrau e vai trabalhando com os atletas da melhor forma possível.
Matias também comentou sobre o sonho de ter enfrentado Fernando Diniz, neste fim de semana. O comandante agradeceu a confiança da diretoria do Botafogo pela oportunidade dada, mas já está focado no próximo compromisso.
– Quando ele veio do banco ao encontro para me cumprimentar, eu falei: “Estou realizando um sonho de fazer esse jogo contra você, que é um treinador que dentro da representatividade do jogo, tem um jogo diferenciado”. Ele tem respeito pelo atleta, pelo que o jogador pode fazer. É um jogo gostoso de assistir. Temos que disputar o máximo disso. Futebol é muito dinâmico. Estamos aqui por uma escolha do Mazzuco, do Alessandro, do Textor e de outras pessoas que olharam a gente e viram coisas boas. Temos que estar nos lugares em que as pessoas nos valorizam. Me sinto muito valorizado pela oportunidade que estou tendo e essa chance para treinadores no Brasil são menores. O principal é entender o cenário e as pessoas que te valorizam. Quando a gente não se sente valorizando, dá tchau e vamos para outra.
Nesta quarta-feira (6), o Botafogo enfrenta o RB Bragantino em busca de uma vaga na fase de grupos da Libertadores. O Alvinegro não terá muitas pretensões no Campeonato Carioca caso dispute a Taça Rio.
CONFIRA OUTRAS RESPOSTAS DE FÁBIO MATIAS:
– Foi um bom jogo. Tudo o que foi proposto, conseguimos cumprir da melhor forma possível. Em momento em que a gente conseguiu jogar, outros que tivemos que defender um pouco mais. Essa variável dentro do jogo é importante. O principal é valorizar todos. O processo de futebol para clubes como o nosso, que tem várias competições ao longo da temporada, você conseguir dar minutagem, rodagem, equilibrar tudo isso dentro do processo de construção e valorizar é um dos pontos mais importantes. Isso mostra o quanto o grupo é forte. O Marlon fez um ótimo jogo. É fundamental dentro do processo do Botafogo hoje. Por causa dessa ansiedade e da questão da competitividade, a gente esquece um pouco do lado humano. Esse lado humano tem que aflorar um pouco mais. E isso tem relação com nosso próximo jogo com o RB Bragantino para que a nossa torcida mantenha essa energia positiva que está sendo criada.
– O Fluminense é uma das grande referências do futebol brasileiro, atual campeão da Libertadores. Então a gente tem a condição de analisar os jogos que ocorreram esse ano. Tudo o que aconteceu no ano passado, deixamos no passado. Os atletas esse ano eram atletas diferentes dentro da partida. Não que a gente não tenha levado em consideração o jogo do ano passado, mas a gente tem que prezar muito pelas características individuais dos jogadores. Eram outros atletas no ano passado, esse ano jogou uma outra equipe. Com atletas que estão com baixa minutagem, outros que são jovens do clube. Iniciamos com uma pressão lá em cima, tentamos buscar a questão do erro do adversário. Mesmo assim o Fluminense teve chances de fazer gols e a partida ficou mais equilibrada. Vale enfatizar que os atletas compraram a ideia. Para quarta-feira, é outro jogo e outra história.
COMPORTAMENTO DOS JOGADORES
– Eu vendo uma ideia e os atletas têm que comprar, se não comprarem ou tiverem dúvidas… Nós que estamos na frente do processo não podemos ter dúvidas em relação ao que vamos fazer no jogo. O que a gente tem hoje é a coragem. Eu citei na palestra final como um dos pontos de reflexão ter concentração e coragem para arriscar. Arriscar é coragem para pressionar, jogar com uma última linha um pouco mais alta. O principal são os jogadores. Se eles comprarem a ideia, a tendência é dar certo.
– Eu estou sendo eu na beira do campo, da forma como eu acredito para passar as coisas para os atletas. Estou sendo o Fábio, como sempre fui desde as categorias de base, com energia, com vibração, utilizando muito o pessoal da comissão técnica. A energia também está vindo muito de fora em relação a nossa torcida. Escutamos nossa torcida vibrando e empurrando a equipe. Peço para que a gente consiga lotar o Nilton Santos, fazer um belo jogo, pois essa energia está sendo importante para os jogadores.
– Nós temos um plantel muito qualificado. Temos atletas no meio de campo e na linha de frente que tem sustentado muito o processo. O mais importante é respeitar a característica individual de cada jogador e a partir disso ajustar ideias e movimentos para gerar conexões. Futebol é muito conexão. Conexões de setores, de jogadores. E potencializar isso individualmente. Estamos trabalhando para buscar o melhor de cada um dentro desse processo. Ele é um excepcional jogador. Movimentos de saída de linha, proteção de bola, jogadas de pivô.