Agora são as batalhas finais. A vitória sobre o Uberlândia preocupou pela falta de objetividade nos ataques, apesar do grande domínio de bola. Não é fácil passar por um ferrolho de 6 ou 7 jogadores plantados na defesa. Nestas situações, bola parada faz a diferença e nesse quesito temos muito a treinar. Melhoramos quanto a posicionamento ao bater escanteio já que agora os dois jogadores permanecem junto à bola mantendo a dúvida da defesa. Um bom progresso. Falta agora treinar opções de batida. Isto pode fazer toda a diferença nas finais. Temos uma semana livre pra aprender.
Zé Ivaldo dominou o jogo para o bem e para o mal. Com 9 minutos do primeiro tempo tomou o chamado “cartão bobo” por reclamação acintosa de falta no meio de campo. Comportamento censurável principalmente de zagueiro e que deve merecer reprimenda exemplar interna corporis. Inexplicavelmente, não foi substituído. Risco desnecessário que Larcamon resolveu correr. E no final do primeiro tempo, Zé Ivaldo em jogada de ímpeto, partiu de nossa intermediária pelo lado direito foi ao fundo e cruzou. Jamerson, nome tão simpático para a Nação Azul, tentou cortar e fez contra.
A partir desta segunda e até o fim da semana, Larcamon tem um xadrez à sua frente e peças à sua disposição pra armar defesa, meio de campo e ataque. Que inspiração não lhe falte.
BATE PAPO NO QUINTAL
1. A Globo optou – Os quatro finalistas do campeonato mineiro jogaram sábado às 16h30, novo horário da Globo para transmissões. Em Tombos, Tombense x América; No Mineirão, Cruzeiro x Uberlândia; na Area MRV, Atlético x Ipatinga. Pela Globo, canal aberto, o jogo é gratuito. Pelos demais, no Premiere, exclusivo para assinantes. A Globo optou por transmitir, de graça, o jogo do Atlético. Empresa visa lucro.
2. Sassá chutando cachorro morto:
“ pergunta do dia: Com o final da rodada da CB ontem (quarta-feira) só um time da Série A foi eliminado… ganha um doce quem adivinhar! Dica: tem um xará em Alagoas!”
Meu caro Sassá, os pontos que você ganhou com a rua “Tomei de Sousa” perdeu agora com esta arriscada “dica”. O Cruzeiro não tem um xará em Alagoas… tem 9! Isto revela porque o Clube é grande! Mostra também que os três anos de Tsunami/Covid não apagaram as “páginas heroicas, imortais.” Entendeu?
3. Marcos Mineiro relembra o espinhoso episódio Dedé-Cruzeiro resultando na absurda cobrança de 300 milhões de reais em juízo, reduzida para 33. É um “case” que merece e certamente terá estudo à altura de sua importância e complexidade. Três elementos foram complicadores: o alto salário do jogador, as prolongadas contusões e o passe pertencer a um grupo de investidores. Opções erradas, fatais, foram tomadas ao longo dos anos por todos os protagonistas. Um dos menos culpados é o próprio Dedé, craque, senhor da área. Em campo, sinônimo de segurança pra defesa. Depois, impossibilitado de jogar, caiu numa correnteza conduzida pela avidez imensurável de terceiros. É prudente, em toda análise de comportamentos, nos colocarmos no lugar da pessoa em julgamento. Você faria diferente?
4. João de Deus Filho finalmente aplaude coluna do QUINTAL. Era a última do mês e, como sempre, escrita pelo neto-revisor-editor Rafael Rocha com o título “Juntando os cacos”. Parte da eliminação da Copa do Brasil, retroage e sublinha a via-crúcis do Cruzeiro nos últimos anos desde a administração Wagner Pires.
“Finalmente, uma coluna coerente. É aquilo que sempre falo: não custa nada falar as verdades. Ganha-se credibilidade com isto. Hoje o Dalai deveria ler pelo menos umas 30 vezes a coluna…”
João, não cheguei a 30, mas li, reli e reli.
5. Marcelo 13 e Augusto, em momentânea crise de amnésia, estranham a afirmação do blogueiro de que o temor reverencial do Atlético pelo Cruzeiro nasceu dos últimos 50 anos. Meus caros, retirem o Cruzeiro desse período e ficará parecendo que não houve grandes disputas nacionais e internacionais. De onde vocês acham que veio o codinome “La Bestia”, como o Cruzeiro é conhecido na América do Sul?
Dói, mas vou repetir: São desses decênios, a canção-bullying que a gente entoava nas arquibancadas: “Não ganha nada, time sofredor…”
6. Camisa nova? A Adidas prepara novo modelo para este ano. As de treinos, ousadas, já foram lançadas surpreendendo com tons avermelhados, tendência mundial da empresa. Ronaldo, cuidado! Temos uma das mais bonitas camisas do mundo! A “inovação” tentada pelos paulistas com o Raposão foi um desastre. Tanta camisa codificada por aí, horrorosa, precisando de reforma geral e vão mexer logo com a nossa?
7. Observando de longe justifica o codinome e faz olhar de paisagem sempre que lhe é conveniente, como no caso de Hulk com o árbitro pernambucano que apitou o jogo contra o América. O atacante ia dar inicio à costumeira “assessoria auricular” e foi logo barrado: “Sou de Pernambuco, não sou da FMF.”
Observando de longe finge que não sabe da tradicional “proteção” da arbitragem mineira ao Atlético, nas decisões de campeonatos, e sugere discriminação contra árbitros pernambucanos…
Meu caro, não queime sua biografia neste minifúndio tampando sol com peneira. Até os postes da rua sabem que cerca de 40% dos títulos de campeão mineiro conseguidos pelo Atlético foram na mão grande. Alguns escandalosos, como assalto à mão armada, ao meio dia, na Praça Sete. Uma vergonha. Por isto o América exigiu arbitro não filiado à FMF. Tem mil razões. Pernambuco entrou na história como Pilatos no credo.
8. Escanteios – Em nossa coluna de 26 de fevereiro, denunciamos:
“Escanteios – No jogo de ontem, entre Cruzeiro e Pouso Alegre, aconteceu fato tão raro quanto o alinhamento dos planetas: dois dos três únicos times do mundo que gastam dois jogadores inutilmente pra bater escanteio se enfrentaram. O terceiro é o Ibis.
Como se sabe, a tática só funciona quando os dois jogadores, permanecendo na posição de cobrança, observam a predisposição da defesa contrária. É essa predisposição momentânea na área que define quem vai rapidamente bater o escanteio.
O ridículo da tática-Larcamon é que um dos jogadores se afasta lentamente em direção ao centro do campo e uma eternidade depois sai a cobrança.
Para a satisfação da Nação Azul essa bobagem acabou. No jogo contra o Uberlândia, sábado, os dois jogadores permaneceram junto à bola, ambos em posição de cobrança. Aleluia!
9. Morte de torcedor – Mais um absurdo pra se somar a tantos outros. Torcidas não podem ser grupos de luta selvagem. Punições severas resolvem como aconteceu na Inglaterra. A pior coisa que pode acontecer para o futebol e para os nossos filhos é a banalização dessa tragédia. Estaríamos voltando para as cavernas.
GARIMPO
“É facílimo dissimular a sabedoria, mas quase impossível ocultar a ignorância.”
(Cid Cercal)
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.