No mesmo Maracanã, Renato Augusto vai do choro em 2000 ao título 24 anos depois pelo Fluminense
Renato Augusto conquistou seu primeiro título pelo Fluminense no Maracanã, 24 anos depois de choro em eliminação do clube no estádio – Foto: Icon sport

Renato Augusto tinha 12 anos quando o Fluminense perdeu por 1 a 0 para o São Caetano pelas oitavas de final da Copa João Havelange, em 2000, no Maracanã. O gol de Adhemar fez o meia, gandula naquele jogo, chorar muito. Passados 24 anos, e já experiente, o camisa 20 voltou ao Maracanã vestindo as três cores para levantar uma taça especial: a Recopa Sul-Americana, em cima da LDU, um antigo algoz.

Bicampeão carioca pela categoria mirim do clube em 1999 e 2000, Renato chorou como um torcedor em campo. Os tricolores, machucados pela pior fase da história do clube nos anos anteriores, saíram do Maracanã decepcionados, assim como o menino — como revelaria Jair Picerni, então técnico do Azulão, em entrevista.

Decepção que parecia afetar novamente o estádio em 2024. Até que, aos 21 minutos do segundo tempo, Fernando Diniz olhou para o banco e chamou Renato Augusto, Marcelo e Douglas Costa.

Com o trio em campo e Arias na ponta-esquerda, o Flu pressionava ainda mais a LDU. O primeiro gol, nove minutos depois, passou por Douglas Costa até Samuel Xavier cruzar na cabeça do colombiano. O grito de gol na garganta foi libertado, mas o melhor ainda estava por vir.

⏯️🏆 #PausaÉPower de campeão! De Samuel para Arias, gol do @FluminenseFC, o dono da CONMEBOL #Recopa 2024. pic.twitter.com/FTDRvyP4x4

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A bola viria dos pés de Douglas novamente. A matada foi com a sola do pé, como nos tempos de futsal. A jogada pararia ali: pênalti de Valverde, aos 42 minutos do segundo tempo. O herói Arias bateu no ângulo e lavou a alma dos tricolores. E de Renato Augusto.

— Falei desse jogo com o Fernando Diniz hoje. O Diniz jogou esse jogo. E 24 anos depois estou aqui, como jogador. O futebol às vezes proporciona esses momentos diferentes. Fico muito feliz de poder voltar aqui, conquistar esse título importante, internacional, e botar o meu nome na história do clube. É muito especial realmente — declarou à Trivela após o título.

Depois de um tempão, consegui perguntar ao Renato Augusto sobre o choro na eliminação do Fluminense na Copa João Havelange em 2000, e como isso estava na cabeça dele depois de ser campeão da Recopa pelo clube. Diniz jogou aquele jogo. Que história! Amanhã, na ⁦@trivela⁩ 👀 pic.twitter.com/Erw3eZwwGb

— Caio Blois (@caioblois) March 1, 2024

Cria do Maracanã, Renato Augusto conquista primeiro título pelo Fluminense

Aos 36 anos, Renato Augusto conhece bem os atalhos do Maracanã. Nascido e criado no bairro, pouco mais de um quilômetro distante do estádio, ele já havia conquistado outros títulos ali: a Copa do Brasil de 2006, os Campeonatos Cariocas de 2007 e 2008 e as Olimpíadas, em 2016. A Recopa Sul-Americana de 2024 foi o quinto título dele no campo do Maior do Mundo, e o primeiro pelo Fluminense.

— Sou nascido e criado no Maracanã. Cansei de sair da escola e ir para o Maracanã. É um título internacional, é diferente, você fica marcado na história do clube, poder estar ali na plaquinha. Eu ganhei um tempo atrás com o Corinthians, a Recopa. E estar numa plaquinha tão perto da outra, poder participar é ter uma história. Foi especial demais. Poder comemorar com a família e meus amigos. E depois pensar no próximo título.

A felicidade do Reinato com essas cores! Com a taça! 😍😍😍

Que partida, craque!

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O choro em 2000 foi ressignificado para Renato, que dedicou o título também ao sofrimento que os tricolores tiveram em 2008 e 2009 contra a LDU.

— Uma parte da minha família é tricolor. Hoje o título não foi só para quem estava aqui no Maracanã, mas para quem estava em 2008 e 2009, e hoje não está mais entre nós — dedicou Renato Augusto.

CRAQUES E CAMPEÕES POR ESSE CLUBE! 🏆 pic.twitter.com/8vCWAYFpS4

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Renato Augusto volta a ser campeão pelo Fluminense

Essa foi a segunda Recopa de Renato Augusto, que havia vencido a competição com o Corinthians em 2013. Em um novo momento na carreira, o meia relembrou as conquistas pelo Tricolor ainda criança, quando o menino tinha apenas 11 anos.

— O Fluminense não ganhava há muito tempo um título de mirim no futsal. Na época que joguei, a gente foi bicampeão. Ganhamos 1999 e 2000. Foi marcante para caramba poder voltar e conquistar um título novamente — afirmou, ao ge.

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Caio Blois

Caio Blois nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e se formou em Jornalismo na UFRJ em 2017. É pós-graduado em Comunicação e cursa mestrado em Gestão do Desporto na Universidade de Lisboa. Antes de escrever para Trivela, passou por O Globo, UOL, O Estado de S. Paulo, GE, ESPN Brasil e TNT Sports.