Parecia improvável, mas a Inter superou as diferenças de investimento e conseguiu deixar dois deles para trás. A vitória por 2 a 0 sobre o Ituano, no último sábado, garantiu a classificação antecipada para enfrentar o Bragantino na próxima fase e de quebra eliminou as chances de Corinthians e Mirassol.
Inter de Limeira vence, garante classificação e elimina o Corinthians do Paulistão
O feito da Inter é ainda mais marcante quando se olha para os orçamentos. A folha salarial do clube de Limeira, por exemplo, é quase 25 vezes menor que a do Corinthians.
– Estar em um grupo com Corinthians, Bragantino e Mirassol e se classificar é um orgulho imenso. Dois times de Série A e um da Série B. É prazeroso, ao invés de pagarmos mala branca para lutar contra o rebaixamento, ver os times nos secando por algo importante – comentou o técnico da Inter, Júnior Rocha.
Inter de Limeira avança às quartas de final do Paulistão — Foto: Foto: Anderson Lira/Ag. Paulistão
Depois de ficar os três primeiros jogos sem ganhar, a Inter afastou a desconfiança com uma sequência de quatro vitórias para deixar a ameaça de rebaixamento de lado e passar a brigar pela classificação.
O time ainda lidou com um jejum de três partidas antes de bater o Ituano para chegar aos 17 pontos, abrindo três do Mirassol (mas com duas vitórias a mais) e quatro do Corinthians, a uma rodada do fim da primeira fase. O Bragantino lidera com 21 e já garantiu o mando de campo nas quartas de final.
Além dos altos e baixos ao longo da campanha, a Inter precisou lidar com problemas no elenco. O goleiro Zé Carlos e o volante João Paulo Silva, com status de titulares, precisaram ser cortados da lista de inscritos por lesões.
João Paulo Silva, por exemplo, foi substituído na relação por Albano, que ficaria fora do estadual e passou a ser utilizado com uma frequência maior após Juninho, até então um dos destaques do time, se machucar. Foi de Albano o segundo gol contra o Ituano. Outro titular que passou a desfalcar a equipe durante a primeira fase por questão física foi o lateral-esquerdo Zé Mário.
Gustavo Bochecha é um dos destaques da Inter no Paulistão — Foto: Marcos Ribolli/ Ag Paulistão
– Nosso ambiente é sensacional. Não é da boca para fora. Desde o ano passado, não tivemos problemas de disciplina. Todo mundo se engana achando que é um ou outro atleta que leva. É a coletividade que carrega o time. Não tem um, não tem dois, se não fosse assim não teríamos nos classificados. Alguns atletas lesionaram, como o Zé Mário, Zé Carlos, Juninho, Andrew, João Paulo entre outros. Mas o grupo é montado por dois atletas por posição, sempre buscando seu espaço com personalidade. Temos esperança de contar com os lesionados, mas, se não contarmos, a gente conta com o grupo, que nos classificou – disse Júnior Rocha, há quase um ano à frente da Inter.
Desde 2020 de forma consecutiva na elite, a Inter passa pela segunda vez para o mata-mata. A primeira tinha sido em 2021, com Thiago Carpini no comando – parou para o Corinthians nas quartas. Agora, o primeiro time do interior campeão paulista, em 1986, tenta dar um passo além pelo sonho do bicampeonato.
Pela frente um clube que passou a ter um aporte financeiro bem acima da realidade dos outros clubes do interior a partir da parceria com uma multinacional. Mas o atual grupo do Leão já mostrou que cifras sozinhas nem sempre são garantia de resultado dentro de campo.