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Daniel Bocatto
5 de mar, 2024, 21:23
Além de apresentar três novidades para a edição 2024 do Campeonato Brasileiro, entre elas o aumento do número de estrangeiros, a reunião entre CBF, clubes da Série A e a Fenapaf também discutiu um assunto amplamente debatido no país: o uso dos gramados sintéticos.
Ficou estabelecido para a atual temporada que os clubes que usam o campo artificial (Athletico-PR, Botafogo e Palmeiras) precisam permitir que os adversários treinem na véspera das partidas, para que aconteça uma ambientação ao piso, ainda que leve. Mas o assunto está longe de ser resolvido.
Segundo apurou a ESPN, o encontro desta terça-feira (5) apenas sinalizou que existe a possibilidade de veto aos gramados sintéticos a partir de 2025 ou 2026. Isso será tema de debate entre os 20 clubes que disputam a Série A, a ponto de existir um comitê formado dentro dessa organização.
Um dos representantes desse grupo que é contra o campo artificial é o São Paulo, em mais um capítulo da rivalidade intensa contra o Palmeiras, que, obviamente, defende o uso do gramado que é usado no Allianz Parque há anos.
O Tricolor, que teve lesões importantes atuando na casa palmeirense nos últimos anos, entrou no comitê como representante da Libra e será acompanhado por outros quatro times da Liga Forte Futebol (LFF). A intenção desse grupo será comprovar que o gramado artificial é prejudicial e, portanto, precisa ser descontinuado para as próximas temporadas.
O Palmeiras considera isso um pequeno gesto diante de um problema bem maior. A ESPN apurou que, durante a reunião, os representantes do clube alviverde se posicionaram contra o veto ao campo sintético e apontaram para outro vilão: a qualidade dos gramados no geral. O Maracanã, inclusive, foi citado como exemplo negativo.
A alegação palmeirense é que não há qualquer evidência científica de aumento de lesões em pisos artificiais, assim como não existe comprovação de ganho técnico. O argumento do clube é que, nos últimos três anos, a equipe de Abel Ferreira é a que apresenta menos problemas físicos de toda a primeira divisão.
A CBF, por enquanto, não se posiciona sobre a questão. Apenas deixou claro aos clubes que é impossível suspender o uso do sintético neste momento e que um possível veto aconteceria apenas a partir da próxima temporada. O assunto será amplamente debatido nos próximos meses.