Duelo de 180 minutos resgata queda de produção de ambos na reta final do Brasileiro de 2023
Aquele segundo gol do uruguaio Thiago Borbas, já no sexto minuto dos acréscimos do confronto com o Botafogo, em 12 de novembro do ano passado, pela 34ª rodada do Brasileiro, talvez tenha sido um dos golpes mais cruéis, em meio à tanta crueldade daquela reta final. Só perde, na minha avaliação, para o gol de Edu, do Coritiba, no minuto nove dos acréscimos, dois após os alvinegros terem aberto o placar do jogo da rodada 36. No geral, quatro pontos perdidos que tiraram da fase de grupos da Libertadores deste ano o time que teve tudo para acabar com jejum de 27 anos sem título nacional.
Pois nesta quarta-feira (6/3). Botafogo e Bragantino recomeçam no Nilton Santos o confronto, agora em 180 minutos, que decide qual deles seguirá na competição da Conmebol. O perdedor do duelo jogará a Sul-Americana. Acho curioso que se fale só da queda de rendimento dos alvinegros. Mas o time de Bragança Paulista teve gosto amargo parecido na reta final. Nos últimos sete jogos, o Botafogo fez cinco pontos. Mas o Red Bull Bragantino, de Pedro Caixinha, fez quatro. Agora vem o tira-teima que o destino, teimoso como ele só, colocou no prefácio desta edição da Libertadores.
Sigo a achar que o Botafogo tem trabalho melhor fixado na memória da base que compõe o time titular. Do meio para frente ainda é possível ver o mecanismo de ataque do sistema de Luis Castro. Os pontas (Júnior Santos e Savarino) recompõem o meio; Tiquinho Soares recua para se associar a Eduardo; e os volantes surgem na área como um elemento surpresa. Em algum momento do segundo semestre de 2023, isso se perdeu. O porque não se sabe ao certo. A mudança na configuração do jogo foi o gatilho para o distúrbio emocional que enfraqueceu o moral do time.
Ainda que se mostre competitivo, O Bragantino me parece em fase de reconstrução. São dois jogos com distintos perfis e, por tudo o que já conhecemos, considero este primeiro confronto de maior complexidade: em casa, diante de cerca de 30 mil alvinegros e com a teórica necessidade de fazer uma boa vantagem no placar. Sob o comando do interino Fábio Matias, o Botafogo mostrou nos últimos três jogos saber como driblar a ansiedade e usar a mística da camisa a seu favor. Vejamos…