No Santos, Willian Bigode quebra silêncio sobre polêmica de criptomoedas e desabafa: ‘Constrangimento’ (1:23)
Ex-atacante do Palmeiras teve a penhora de alguns bens e é investigado por cair em ‘golpe’ de criptomoedas (1:23)
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Francisco De Laurentiis
6 de mar, 2024, 16:05
Em decisão proferida pela 14ª Vara Cível do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), a Justiça determinou que o Santos penhore 30% do salário mensal do atacante Willian “Bigode”.
O pedido de bloqueio foi feito pelo lateral-direito Mayke, do Palmeiras, em 26 de janeiro deste ano, como mostrou a ESPN em primeira mão na ocasião.
O dinheiro arrestado será depositado em uma conta judicial, com o montante sendo usado para ressarcir o prejuízo sofrido pelo atleta alviverde no “golpe das criptomoedas“.
“Determino que sejam arrestados e transferidos para conta judicial 30% dos vencimentos (salariais ou não) pagos ao alvo da pesquisa citado acima. O bloqueio tem natureza permanente e deverá ser feito em todos os meses até segunda ordem”, escreveu o juiz Christopher Alexander Roisin, responsável pelo caso.
A decisão foi proferida na última terça-feira (5) e publicada nesta quarta-feira (6) no Diário da Justiça Eletrônico.
Um ofício será enviado ao Santos para que passe a cumprir a determinação judicial, assim como já vinha ocorrendo em Athletico-PR e Fluminense, clubes anteriores de Willian.
Procurado pela reportagem, o atacante não irá se manifestar.
Em entrevistas anteriores e no depoimento que prestou à polícia sobre o tema, “Bigode” afirmou que também foi vítima do golpe dado pela operadora de criptomoedas Xland, ressaltando inclusive que perdeu R$ 17,5 milhões que havia investido com a empresa.
Entenda o caso
A decisão do TJ-SP é uma sequência vitória judicial de Mayke no dia 6 de setembro de 2023, quando Bigode foi condenado a ter 30% de seus vencimentos penhorados para ajudar a pagar o prejuízo de R$ 7.834.232,61 que o lateral teve ao aplicar seu dinheiro com a operadora de criptomoedas Xland.
O investimento sob recomendação da WLJC Consultoria e Gestão Empresarial, empresa de aconselhamento financeiro de Willian, sua esposa e mais uma sócia. Por decisão da Justiça, a consultoria acabou se tornando ré no processo.
No ano passado, o TJ-SP enviou notificação ao Fluminense, que era o clube detentor dos direitos do atacante, e também ao Athletico-PR, equipe para qual o atleta estava emprestado, para a penhora do salário.
Agora, porém, é o Peixe quem terá que depositar quase um terço dos vencimentos do atacante em uma conta judicial.
Em outubro do ano passado, aliás, a defesa de Mayke pediu atualização dos valores devidos, passando a cobrar o ressarcimento de R$ 8.514.365,64.
Nos últimos meses, o agora jogador do Santos tentou em duas oportunidades desbloquear seu salário.
No entanto, o juiz responsável pelo caso negou o pedido em ambas as oportunidades, chegando até a dar uma “bronca” nos advogados do atacante e alertando sobre litigância de má-fé.
Em sua entrevista de apresentação no Santos, Bigode falou sobre o tema e se disse “envergonhado” pelo caso, mas ressaltou que “sabe de seu caráter”.
“Vou ser direto e objetivo. É um assunto que eu trato externamente, uma situação que nunca passei nem próximo, uma situação de muita tristeza, constrangimento muito grande. O mais importante é focar naquilo que minha família depende, que é o que faço com muito amor”, disse.
“Acredito que Deus está preparando o momento certo para vir para cá, conhecer meus novos companheiros no Santos. Estou feliz e convicto de que as coisas acontecerão aqui dentro. A cabeça está ótima aqui, estou com a cabeça boa. É uma situação que não é normal, mas é uma situação que não vou falar mais”, seguiu.
“Sei do meu caráter, da minha identidade, quem eu sou, e quero manter focado no meu trabalho”, finalizou.