Na entrevista coletiva após a partida, o técnico Rogério Ceni explicou a escolha pelo retorno de Everaldo ao ataque do Bahia. O treinador também destacou as vitórias do time sobre Ceará e CRB, até então invictos dentro de casa na temporada.
– A gente tinha a ideia de ter mais presença de área. Com Everaldo e Thaciano a gente teve mais peso à frente, mais chegada. Nos primeiros 25 minutos a gente teve mais dificuldade. A gente abriu o Jean, foi um erro meu. Quando trouxemos ele mais para dentro, criamos mais chances de gol. O Ceará e o CRB estavam invictos em casa. São vários triunfos nesses 13 jogos. E fora de casa, fica mais difícil jogar a cada três dias.
O treinador também defendeu o zagueiro Kanu e reforçou o rodízio que tem feito para minimizar o desgaste dos atletas. Segundo o treinador, “não há titulares” na equipe.
– Quem toma gol é o goleiro, não o zagueiro. O zagueiro joga no conjunto de onze jogadores. Normalmente joga um jogo Kanu, outro Gabriel. Um Jogo Cuesta, outro David. Um jogo Gilberto, outro Arias. Quem dá a denominação de titular são vocês. Eu nunca vi um zagueiro sofrer gol. Só o Kanu que sofre gol? Não há titularidade. Na esquerda às vezes joga o Juba, hoje jogou o Rezende, e também já jogou o Cicinho. Vamos tentar ter o time inteiro, sem lesões. Quero chegar em uma final de Copa do Nordeste? Quero! Mas não vou sacrificar um Campeonato Brasileiro.
– Kanu que errou em alguns jogos é quem começa a jogada do gol do Thaciano. O Thaciano não é o cara que dribla, não é o cara que mais salta, mas é o cara que melhor reúne todos os aspectos. É o cara que é nota sete em tudo. Reúne várias características e precisa ser muito valorizado. Quando eu preciso dele aberto, ele faz, de pé trocado, ele faz. É um jogador muito útil. Faz todas as coisas bem. E o principal, ajuda na hora de marcar. Nunca se entrega. Ele só sai quando está já sem condições. E está em um ano muito especial. Talvez seja nossa principal peça nesses 13 jogos – completa.
Rogério Ceni em Ceará x Bahia — Foto: Tiago Caldas / EC Bahia
O Bahia agora direciona todas as atenções para o Campeonato Baiano. Neste sábado, o Tricolor faz o primeiro jogo das semifinais contra o Jequié, no Waldomirão, às 16h (horário de Brasília).
Veja outros trechos da entrevista coletiva:
Ausência de Ademir
– Ademir estava com febre, e o médico não autorizou a viagem dele. Foi o quarto jogo seguido fora de casa e vencendo. Contra equipes boas, com calendário melhor que o nosso. É algo para ser valorizado. Acho que você pode e deve valorizar o Gabriel Xavier, mas não precisa desvalorizar outros. Todas as duplas de zaga praticamente já foram formadas. Acho que a gente não precisa favorecer um e denegrir o outro. Só digo para vocês o seguinte: se continuarem pegando no pé do Kanu desse jeito, vocês vão colocar ele para baixo.
Esse é o Bahia que você imaginava?
– Eu acho que a gente pode jogar mais. A gente tem que entender a realidade. Fizemos duas contratações de investimento, que foi o Jean Lucas e o Caio. O Everton Ribeiro também é um ótimo jogador, que não foi uma compra. Esse foi o setor que mais reforçamos. Mas para jogar a cada três dias, você precisa de mais peças. Hoje fizemos um grande jogo, contra o Ceará que é um grande time, que jogou muito bem, teve posse, chances de gol. A gente ainda tem que acertar algumas coisas, ter atuações individuais no nível mais alto. Mas temos que valorizar o que conseguimos. O Ceará não tinha perdido ainda no ano. A gente tem se esforçado para entregar resultados que o torcedor fique feliz.
Maratona de viagens
– Amanhã você viaja, chega tarde. Depois são seis horas de ônibus para jogar. Depois atravessar o país. Temos um jogo muito difícil contra o Caxias. Um jogo só, na casa deles, contra um time do sul. Depois tem um clássico, tem um segundo jogo de semifinal em casa. A gente tem lutado muito e vai continuar tentando dessa maneira.
Análise sobre Copa do Nordeste
– Eu acho que temos muito bons times aqui no Nordeste. O Ceará, o CRB, o Sport. Jogos apertados e que foram bons testes para a gente. Realmente Rio de Janeiro e São Paulo você tem mais enfrentamentos entre times da Primeira Divisão, mas aqui temos bons testes. Equipes que trazem dificuldade para a gente. Não é fácil chegar no Flamengo, olha quanto eles investem. Vocês falam “Ah o Grupo City”, mas não é bem assim. Olha as diferenças. Ano passado fizemos grandes jogos contra Corinthians e Atlético-MG. A Copa do Nordeste é muito importante para isso, se não no Campeonato Baiano vamos ter apenas um enfrentamento contra um time de Primeira Divisão. Aqui podemos jogar contra outras equipes qualificadas.