São Paulo, Brasil
Calleri, Rafinha e Wellington Rato fora do restante do Campeonato Paulista
Esta é a possibilidade real, no mundo ideal.
Os três e mais o presidente Julio Casares, o diretor de futebol, Carlos Belmonte, o diretor-adjunto Fernando Ambrogi e ainda o auxiliar técnico Estéphano Kiremitdjian Neto foram denunciados pela procuradoria de Justiça Desportiva de São Paulo.
Pelas ofensas e ameaças ao árbitro Matheus Delgado Candançan, no clássico de domingo, entre São Paulo e Palmeiras.
Eles foram enquadrados no artigo 258, inciso 2, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).
A acusação: “desrespeitar os membros da equipe de arbitragem ou reclamar desrespeitosamente contra suas decisões.”
As cenas foram gravadas por televisões e sites.
São indiscutíveis.
No mundo ideal, teriam punição máxima.
Os jogadores ficariam seis partidas suspensos do Campeonato Paulista.
Só que, se tudo der certo para o São Paulo, o time fará o último jogo da fase de classificação contra o Ituano. Depois, a partida única das quartas de final. Aí, a semifinal. E depois, as duas finais.
Ou seja, Calleri, Rafinha e Wellington Rato não jogariam mais o Campeonato Paulista.
Mas o mundo real indica que isso não acontecerá.
Os julgamentos esportivos, além de serem estranhamente demorados para ser marcados, permitem uma sucessão de recursos jurídicos.
O mais nebuloso, inventado por aqui, é o efeito suspensivo.
Ele trava a sentença e permite que os acusados possam levar novas provas ao tribunal esportivo.
Ou seja, as punições mais longas, como esta que cerca o trio de são-paulinos, com força de tirá-los do Paulista, na prática, não acontecem.
A sensação é de impunidade.
O blog conversou com um experiente advogado esportivo.
A possibilidade é que os dirigentes sejam punidos exemplarmente.
Inclusive o diretor de futebol, Carlos Belmonte, pagar uma multa de R$ 100 mil por ter ofendido o treinador do Palmeiras, Abel Ferreira.
Para os jogadores, a fonte vê duas possibilidades.
A suspensão de uma partida, que não prejudicaria tanto o time.
Provavelmente no jogo das quartas.
Ou uma punição maior, com direito a efeito suspensivo, para travar, juridicamente, a pena.
E o trio ser liberado para atuar normalmente.
Esse não é um privilégio do São Paulo, todos os clubes, principalmente os grandes, por contarem com melhores advogados, conseguem lidar ‘bem até demais’ com a justiça desportiva do Brasil.
Há vários lugares do mundo onde as penas esportivas são imediatas.
E sem direito a recurso.
No Brasil, infelizmente, não é assim.
As brechas na legislação não são por acaso.
Os dirigentes poderão ser punidos entre 15 e 180 dias.
Mas eles não fariam a menor falta.
E nem deveriam estar nos vestiários esperando os árbitros para xingá-los, pressioná-los, ameaçá-los.
Em uma lastimável cena teatral.
Sem efeito algum.
Feita apenas para agradar os torcedores são paulinos…
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