O São Paulo recebeu, nesta quinta-feira (7), um documento da ouvidoria da Federação Paulista de Futebol (FPF) , órgão independente da comissão de arbitragem da entidade, em que há o reconhecimento de dois erros do árbitro Matheus Delgado Candançan durante o empate em 1 a 1 no clássico com o Palmeiras.
A partida, válida pela 11ª rodada da primeira fase do Estadual, foi disputada no MorumBis e terminou em confusão após o apito final porque jogadores e diretores do clube tricolor ficaram revoltados com a atuação do juiz do jogo.
A ouvidoria da FPF é um setor da entidade em que os clubes costumam recorrer para se queixar de eventuais erros da arbitragem. Ele é comandado por Sergio Correa, mas não representa, necessariamente, uma posição da comissão de arbitragem da FPF.
No momento em que recorreu ao setor, o São Paulo se queixou de três lances:
- Pênalti marcado para o Palmeiras
- Cartão vermelho não apresentado ao volante Richard Ríos, do Palmeiras
- Pênalti não marcado para o São Paulo
- Caio Paulista se arrepiou com diferença entre Palmeiras e São Paulo, diz Gabriel Menino
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Segundo a ouvidoria da FPF, o árbitro da partida errou em dois lances. A informação foi divulgada inicialmente pelo ge.globo e confirmada pela Itatiaia.
O primeiro foi ao não expulsar o volante Richard Ríos, autor de uma entrada dura no volante Pablo Maia no começo do lance que originou o gol do São Paulo na partida.
Ao fim do jogo, Pablo Maia apresentou marcas na perna direita (veja vídeo abaixo) e reclamou que o atleta do Palmeiras deveria ter sido expulso. Diretoria e comissão técnica do Tricolor também se queixaram da decisão.
O outro erro apontado pelo órgão da FPF foi um lance de pênalti em cima Luciano. Na visão da entidade, o jogador foi atingido por Piquerez dentro da área.
No momento da partida, Matheus Delgado Candançan foi chamado pelo árbitro de vídeo para revisar o lance, mas decidiu por não marcar a infração.
Por fim, o relatório da ouvidoria discorda do São Paulo e entende que o goleiro Rafael cometeu, de fato, uma penalidade ao atingir o zagueiro Murilo.
Choque Rei em alta voltagem
Palmeiras e São Paulo vivem disputas acirradas dentro de campo nas últimas temporadas. As duas equipes conservavam boa relação com os atuais presidentes, mas o cenário começou a mudar depois que o time alviverde atravessou o negócio entre o São Paulo e o lateral-esquerdo/atacante Caio Paulista em janeiro deste ano.
O auge do estranhamento aconteceu, justamente, no empate em 1 a 1 no último domingo, no MorumBis. Jogadores e dirigentes do São Paulo xingaram a arbitragem do jogo em um túnel que dá acesso aos vestiários.
Um dos diretores do Tricolor, Carlos Belmonte, foi flagrado chamando Abel Ferreira de “português de m…”. O Alviverde declarou que estuda medidas judiciais, e a presidente Leila Pereira quer impedi-lo, por meios legais, de frequentar o Allianz Parque em dias de clássico.
Logo após a confusão registrada pelo árbitro do jogo em súmula, o Tricolor decidiu não ceder a sala de imprensa para que o técnico Abel Ferreira concedesse a entrevista coletiva.
O São Paulo alegou reciprocidade em relação ao tratamento recebido no Allianz Parque. Do outro lado, o Palmeiras rebate o rival e diz que foi pego de surpresa com a atitude.
Por toda essa confusão, o time do Morumbi teve sete pessoas denunciadas no Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo. Além disso, foi multado em R$ 5 mil pela FPF por não abrir a sala de entrevista do estádio para Abel Ferreira.
Brenno Costa é jornalista multimídia formado pela Universidade Católica de Pernambuco e pós-graduado em comunicação e marketing pela Estácio. Atualmente, é correspondente da Itatiaia em São Paulo. Antes, trabalhou na Folha de Pernambuco, Diario de Pernambuco/Superesportes e no Globo Esporte.