Resumo
TJD-SP julgará presidente, membros da diretoria, atletas e também o próprio São Paulo, pela confusão após o empate com o Palmeiras no Morumbis, pelo Campeonato Paulista
O Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo julgará o presidente Julio Casares, o dirigente Carlos Belmonte e os jogadores Calleri, Rafinha e Wellington Rato, assim como o próprio Tricolor, pela confusão após o empate com o Palmeiras, no MorumBis, pelo Campeonato Paulista. O julgamento está marcado para o dia 14 de março, às vésperas das semifinais do Paulistão.
Na citação, Calleri, Rafinha e Wellington Rato estão enquadrados no artigo 258, parágrafo segundo, inciso dois do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), assim como Casares, Belmonte, o auxiliar técnico Estéphano Neto e o conselheiro Fernando Bracalle.
Belmonte responderá, ainda, pelo artigo 243-F, parágrafo primeiro, do CBJD. Por sua vez, o clube também será julgado ao ser enquadrado no artigo 213. Caso sejam considerados culpados, jogadores e o auxiliar poderão ser suspensos de um a seis jogos. Aos dirigentes, a pena é de 15 a 180 dias. Já para o São Paulo, a pena em multa varia entre R$ 100 e R$ 100 mil.
Procurado pelo Terra, o São Paulo Futebol Clube afirmou que irá se pronunciar no fórum adequado.
Veja o que dizem os artigos do CBJD
Art. 213. Deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir:
- I – desordens em sua praça de desporto; (AC).
- II – invasão do campo ou local da disputa do evento desportivo; (AC). I
- II – lançamento de objetos no campo ou local da disputa do evento desportivo. (AC).
PENA: multa, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais). (NR).
Art. 243-F. Ofender alguém em sua honra, por fato relacionado diretamente ao desporto.
PENA: multa, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais), e suspensão de uma a seis partidas, provas ou equivalentes, se praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, médico ou membro da comissão técnica, e suspensão pelo prazo de quinze a noventa dias, se praticada por qualquer outra pessoa natural submetida a este Código.
§ 1º Se a ação for praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, médico ou membro da comissão técnica, contra árbitros, assistentes ou demais membros de equipe de arbitragem, a pena mínima será de suspensão por quatro partidas.
Art. 258. Assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demais regras deste Código.
PENA: suspensão de uma a seis partidas, provas ou equivalentes, se praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, médico ou membro da comissão técnica, e suspensão pelo prazo de quinze a cento e oitenta dias, se praticada por qualquer outra pessoa natural submetida a este Código. (NR).
§ 1º É facultado ao órgão judicante substituir a pena de suspensão pela de advertência se a infração for de pequena gravidade. (AC).
§ 2º Constituem exemplos de atitudes contrárias à disciplina ou à ética desportiva, para os fins deste artigo, sem prejuízo de outros:
- I – desistir de disputar partida, depois de iniciada, por abandono, simulação de contusão, ou tentar impedir, por qualquer meio, o seu prosseguimento; (AC).
- II – desrespeitar os membros da equipe de arbitragem, ou reclamar desrespeitosamente contra suas decisões. (AC).
Polêmicas no Choque-Rei
O clássico deste domingo, 3, encerrou qualquer tipo de relacionamento entre São Paulo e Palmeiras. Revoltado com a arbitragem, o Tricolor reclamou de Matheus Delgado Candançan, responsável pelo apito no Choque-Rei. O presidente Júlio Casares disparou contra o técnico do Verdão, ao dizer que “precisam parar de deixar o Abel apitar os jogos”.
Revoltado com a arbitragem no clássico, Carlos Belmonte foi flagrado xingando o técnico Abel Ferreira de “português de me…”. O presidente Júlio Casares e alguns jogadores do São Paulo também tentaram partir para cima do árbitro e tiveram de ser contidos pela Polícia Militar.
Após a partida, os são-paulinos impediram que a entrevista do técnico visitante fosse realizada na sala de imprensa principal do estádio mesmo com o banner dos patrocinadores palmeirenses já instalados. A justificativa oficial foi a adoção de um mecanismo de reciprocidade que recebe no Allianz Parque.
Por sua vez, o Palmeiras disse inicialmente que não havia sido informado do uso da zona mista e, depois, não deixaria o seu técnico em pé por cerca de 45 minutos para responder às perguntas, em meio à saída dos jogadores. Além disso, o Verdão informou que notificou a Federação Paulista de Futebol sobre o ocorrido.