Rosto ensanguentado na hora do soco, e hematomas, boca cortada e dor de cabeça nos dias seguintes. Assim, a vítima da violência contra a mulher no jogo entre Botafogo e Bragantino pela Libertadores, na última quarta-feira, tenta encarar a rotina de novo.
Era pra ser um dia normal na vida de duas torcedoras que foram ao Nilton Santos assistir o time de volta à maior competição sul-americana. Mas a empolgação do andamento do jogo, na última quarta-feira, deu lugar a um trauma que está longe de passar.
Vítima de agressão deixa o Jecrim no estádio Nilton Santos — Foto: Jéssica Maldonado / ge
A agressão não teve origem em um simples incômodo do copo de cerveja jogado ao alto, algo que já é de praxe no estádio. Mas começou antes do segundo gol em uma provocação que envolveu pelo menos cinco pessoas. A mulher do agressor estava embriagada, importunando e jogando fumaça de cigarro na direção de quem reclamava.
Como estopim da confusão, a acompanhante do agressor aproveitou da comemoração do gol para lançar a cerveja no rosto da vítima após discussão que já havia cessado. O líquido também atingiu a lente de contato de outra pessoa. Com isso, a vítima foi tirar satisfação e então começaram os empurrões, uma briga generalizada, quando então o agressor desferiu um soco em seu rosto.
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Depois se direcionar ao Jecrim – Juizado Especial Criminal – ela registrou o caso e foi examinada. De acordo com o delegado de plantão, a lesão foi leve e gerou apenas um TCO (Termos Circunstanciado de Ocorrência), que se trata de um registro de infração penal com menor potencial ofensivo.
As consequências do caso se arrastaram nos dias seguintes, já que ela não foi ao trabalho em função das dores de cabeça e marcas no rosto, principalmente na região da boca e do nariz.
O Ministério Público ofereceu uma transação penal no valor de R$ 3 mil, que será pago em seis parcelas para uma instituição Pró Criança Cardíaca. O torcedor, que não é sócio do Camisa 7, plano de sócios do Botafogo, está judicialmente afastado até o cumprimento integral dessa medida.
Estádio Nilton Santos – Botafogo x Bragantino — Foto: Jéssica Maldonado
O Botafogo acompanha o caso desde o registro, após o jogo, através do projeto #AHoraDelas, que tem como um dos objetivos tornar o estádio um ambiente seguro para mulheres. O clube presta assistência através de integrantes do movimento diariamente, e convidou a vítima para uma nova experiência em um jogo, quando ela se sentir confortável para retornar ao estádio.
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