A jornalista Ana Thaís Matos detonou o pronunciamento de Cuca sobre o envolvimento do treinador no caso de violência sexual, ocorrido na Suíça, em 1987. Em suas redes sociais, a comentarista criticou a comoção de alguns internautas pelas falas do técnico do Athletico e apontou que a “bandeira branca em leitura de papel” não faz diferença para o futebol brasileiro.
Cuca falou nesse domingo (11) que está aprendendo com a repercussão negativa do caso e que será um ator que ajudará na educação de jovens sobre comportamentos masculinos inadequados, principalmente no meio do futebol.
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“Que me desculpem amigos e amigas que ficaram comovidos com a bandeira branca em forma de leitura de papel, mas HISTÓRICA para o futebol brasileiro foi a postura de algumas mulheres e homens do jornalismo esportivo e também algumas atletas”, apontou a profissional.
“Não só no caso do retorno atual de Cuca, agora técnico do Athletico, mas durante a passagem pelo Corinthians e a última pelo Galo. No caso de Robinho, ex-jogador do Santos, no caso Daniel Alves e entre outros “menores” nestes últimos cinco anos”, seguiu.
Ainda na publicação, Ana Thaís relembra o protesto feito por torcedoras e jogadoras do time feminino do Corinthians à época em que Cuca assumiu o comando da equipe masculina principal do clube paulista na temporada passada.
“Batemos em muitas teclas doloridas, enfrentamos haters e ameaças. Um time de futebol foi boicotado pela própria torcida e pela própria diretoria porque ousou se manifestar. Nossos telefones foram vazados”, destacou Matos. Na ocasião, atletas e outras profissionais do esporte chegaram a ser atacadas por parte da torcida que se contrapôs à demissão do treinador.
A jornalista também exemplificou as agressões vividas por mulheres, seja em meio à imprensa ou em arquibancadas. “Colegas que sentam ao nosso lado nas bancadas trocando mensagens com agressores na nossa frente. Nos intimidando nos corredores obscuros do jornalismo. Torcedoras sendo humilhadas e ameaçadas em estádio por “guardiões” de tudo que nos fere”, seguiu a jornalista em seu posicionamento.
Pronunciamento de Cuca
Após a goleada por 6 a 0 do Athletico-PR sobre o Londrina, neste domingo (10), na Ligga Arena, em Curitiba, pela volta das quartas de final do Campeonato Paranaense, o técnico estreante Cuca fez longo pronunciamento sobre sua condenação de estupro na Suíça, em 1987.
Quando defendia o Grêmio, em 1987, o hoje treinador teria estuprado uma criança de 13 anos durante uma excursão na Suíça. Cuca chegou a ser condenado pelo crime, mas em 3 de janeiro deste ano a Justiça anulou a sentença da condenação de estupro – por uma falha na condução jurídica.
Contratação do treinador
Até chegar ao Furacão, Cuca, de 60 anos, estava sem clube desde 27 de abril de 2023, quando foi demitido do Corinthians. Com a pressão da torcida do Timão pela condenação de estupro, ele deixou o clube com dois jogos no comando.
O treinador assinou contrato válido com o Furacão até o fim de 2024. Ele substituiu o colombiano Juan Carlos Osorio, demitido no último domingo (3). Cuca é morador de Curitiba e nunca escondeu ser torcedor do Athletico-PR, clube que até então nunca comandou na carreira.
Leia a postagem de Ana Thaís Matos
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Ana Luiza Pereira é jornalista em formação pela PUC Minas. Com passagens por TV Horizonte, Rádio Inconfidência e Rede Minas, dedica-se à cobertura esportiva e integra o time do Itatiaia Esporte.