No domingo, depois do empate do Vasco em 1 a 1 com o Nova Iguaçu, Ramón Díaz voltou a aparecer em uma entrevista coletiva e disse, acima de tudo, que estava orgulhoso da equipe. Foi sua forma de blindar o elenco diante de uma sala repleta de jornalistas que queriam saber a opinião do treinador após atuação muito ruim no primeiro jogo da semifinal do Campeonato Carioca.
No vestiário, a história foi outra.
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Na quinta-feira passada, uma cena em específico ficou marcada no jogo contra o Água Santa: Ramón e Emiliano Díaz deixando o campo com cara de pouquíssimos amigos enquanto os jogadores festejavam a classificação suada para a próxima fase da Copa do Brasil.
O clima no vestiário de São Januário foi de cobrança e indignação muito mais do que de festa. Ramón reuniu os jogadores e subiu o tom numa bronca coletiva, e quem estava no local disse que nunca havia visto o argentino tão insatisfeito. Ele afirmou com veemência que o time não pode perder a concentração da maneira como foi e que todo mundo precisa entender o peso da camisa que está vestindo.
Entrevista coletiva de Ramón Díaz, técnico do Vasco — Foto: Leandro Amorim/Vasco
No domingo, o cenário foi parecido. Normalmente Emiliano é quem mais fala depois dos jogos. Mas, dessa vez, Ramón foi o único com a palavra.
Houve muita cobrança, e alguns jogadores chegaram a se desentender na chegada ao vestiário. Por fim, o discurso inflamado deu lugar a semblantes de compreensão, e o grupo firmou o compromisso de que precisa mudar a postura em comparação aos dois últimos jogos para chegar à final do estadual. Sem ressentimentos.
“Domingo será diferente. No domingo teremos um Vasco distinto”, garantiu o treinador na coletiva.
Ramón adotou na entrevista após o jogo um discurso paternal: citou o desgaste dos jogadores com os jogos seguidos e elogiou o espírito de garra do elenco para buscar o empate. Antes que qualquer jornalista pudesse perguntar, ele pegou o microfone e afirmou: “Estou muito orgulhoso da equipe e os torcedores também têm que estar orgulhosos”.
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A última entrevista coletiva do argentino havia sido no dia 28 de janeiro, no empate com o Bangu – Emiliano tem sido o encarregado de atender a imprensa depois dos jogos. Ao voltar a dar a cara, Ramón chamou a responsabilidade para si e sacudiu o Vasco em busca de uma reação, com direito à versão atualizada do “no va a bajar”.
– Venham para o estádio – disse ele, batendo na mesa. – Porque vamos chegar à final.
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