“Vamos dentro da jaula do leão de novo”, projeta presidente do Nova Iguaçu sobre duelo com Inter
Jânio Moraes explicou as razões de realizar o confronto decisivo da Copa do Brasil em Brasília
Equipe está sendo a sensação do Cariocão | Foto: Vitor Melo / Divulgação Nova Iguaçu / CP
A sensação do Campeonato Carioca é também o obstáculo a ser vencido pelo Inter na segunda fase da Copa do Brasil. O Nova Iguaçu, que no domingo amassou o Vasco e cedeu no fim o empate por 1 a 1 no jogo de ida das semifinais do estadual, vendeu o mando de campo do confronto contra os gaúchos na quarta-feira. Trocou o Laranjão pelo Mané Garrincha, em Brasília.
A casa do “Orgulho da Baixada” leva o nome de um de seus fundadores: Jânio Moraes. À frente do clube desde a fundação em 1990, não teme o novo desafio: “Vamos na jaula do leão de novo”.
Com fala serena e o sotaque carregado típico do carioca, Jânio, ao lado do irmão Jorge , vice de futebol, recebe com tranquilidade os elogios da equipe que na primeira fase fez 8 a 0 no Itabuna. No Carioca foram 12 jogos com sete vitórias, quatro empates e apenas uma derrota, para o Fluminense. Diante de Flamengo e Botafogo empatou e, no geral, só ficou atrás do time de Tite.
Quem comanda o elenco é Carlos Vítor, ex-jogador do próprio clube. Acima dele, como dirigente, está Andrezinho, meia de passagem gloriosa pelo Inter. Abaixo um trecho da conversa com o presidente do Nova Iguaçu que vive, talvez, a semana mais importante dos quase 34 anos de vida a serem completados no próximo dia 1º de abril.
O que muda com a venda do mando de campo?
Não muda nada. O Inter é um gigante do futebol brasileiro e temos o maior respeito. O que nos conforta é que desde o time sub-11 nossos atletas estão acostumados com esses enfrentamentos. Se o moleque não está preparado, não joga no Maracanã para 60 mil pessoas (se referindo ao jogo do domingo contra o Vasco). Bagagem se adquire e vamos dentro da jaula do leão de novo.
Em caso de empate, haverá pênaltis. Isso altera o comportamento do time?
Hoje em dia não se esconde mais nada. Quem está vendo o Nova Iguaçu está vendo um time que não joga na retranca e sim que propõe o jogo. Mas claro que tudo depende. Há de se ter sabedoria e inteligência.
Porque o Nova Iguaçu tem surpreendido?
Eu fui um dos fundadores do clube. Uma casa precisa ser construída pelo alicerce e não pelo telhado. Clubes tradicionais como Olaria, Bonsucesso e Goytacaz têm estádio, mas não têm um Centro de Treinamentos. Nós fomos construir o nosso estádio depois de 17 anos na administração. O Laranjão tem capacidade para 3 mil pessoas. Não seria irresponsável de trazer um time do tamanho do Inter para jogar aqui.
O que o senhor pode falar do Carlos Vítor, 52 anos e técnico do time?
Ele foi meu jogador na época em que treinávamos em campo alugado. Um cara disciplinado e de fidelidade. Está há tempo no clube e no profissional. No elenco de 33 jogadores, 18 começaram aqui na categoria mirim. Ou seja, é um pessoal muito identificado com a nossa filosofia.
O que espera do público em Brasília? Geralmente os times cariocas são os mais queridos por lá, mas não dá pra contar com a do Vasco dessa vez, né?
(risos) Ah, não sabemos ainda. O certo é que terá torcida do Inter, pois essa existe em tudo que é lugar. Ontem no Maracanã tínhamos mil torcedores do Nova Iguaçu.