Embora Eurico Miranda tenha falecido há cinco anos, o nome do cartola segue sendo lembrado por amantes do futebol e torcedores de diversos clubes. Ex-presidente do Vasco, o dirigente construiu uma relação fervorosa com o Cruz-Maltino e é dono de frases muito polêmicas.
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RELAÇÃO COM O VASCO
Além da relação como torcedor, Eurico começou a trabalhar no Vasco no cargo de diretor de cadastros. E não demorou a protagonizar sua primeira polêmica no clube. Quando o presidente Reinaldo de Matos Reis estava prestes a ter seu mandato cassado, a falta de energia em São Januário adiou a votação. A reportagem de “O Globo” mostrou a razão do adiamento: o jovem Eurico, já nomeado vice de patrimônio, foi flagrado desligando as luzes.
Eurico Miranda, aos poucos, foi crescendo politicamente na Colina. Apoiou Medrado Dias no Conselho Deliberativo do clube. E em 1979, com a criação da chapa União Vascaína, firmou-se como um dos integrantes mais fortes em São Januário.
Embora tenha perdido duas eleições para Antônio Soares Calçada, Miranda firmou-se de vez em um cargo importante no Vasco no decorrer da década. Como vice de futebol, ele contribuiu para uma das negociações mais polêmicas da época, que foi a de Bebeto quando o atacante atuava no Flamengo.
A equipe, conhecida como SeleVasco e que tinha nomes como Acácio, Luiz Carlos Winck, Marco Antônio Boiadeiro, Tita e Sorato, foi a primeira que o dirigente ajudou a montar para elevar o clube ao nível de campeão brasileiro.
PRESIDÊNCIA DO VASCO
Como vice de futebol, Eurico Miranda conquistou muito sucesso no Vasco, tendo alcançado o tricampeonato carioca entre 1992 e 1994. Além disso, o dirigente foi responsável pela montagem do elenco que venceu a Libertadores, em 1998, e o Brasileirão, em 2000.
Eleito presidente do Vasco em 2001, Eurico Miranda não repetiu a média de títulos em cargos anteriores. Em seu primeiro mandato, ele se notabilizou de vez por suas provocações ao rival Flamengo (definindo o clássico como um “campeonato à parte”) e por criar frases de efeito.
Em 2003, o dirigente obteve seu único título em sete anos de gestão: o Campeonato Carioca. Regido por Marcelinho Carioca e Petkovic, o Vasco derrotou o Fluminense por 2 a 1 na decisão do Maracanã.
Em 2006, Eurico Miranda voltou a vencer as eleições, desta vez superando Roberto Dinamite. No entanto, a chapa de oposição conseguiu a anulação do processo por irregularidades, e a decisão judicial exigia uma nova eleição.
Contrariado com a determinação, Eurico arrastou o quanto pôde a convocação de novas eleições. Somente em 2008, houve o pleito, sem sua presença, no qual Roberto Dinamite chegou ao poder. Em meio ao turbilhão político, o Vasco amargou seu primeiro descenso.
VOLTA AO VASCO
Por conta dos anos de de pesadelo do Cruz-Maltino desde o primeiro rebaixamento e ao enfraquecimento de Roberto Dinamite, Eurico Miranda voltou à presidência do Vasco em 2014. Tendo como slogan a frase “O respeito voltou!”, o mandatário prometeu fazer com que o clube evoluísse.
Contudo, após um início de 2015 promissor e com fim de jejum de títulos no Carioca, a equipe afundou na zona de rebaixamento no Brasileirão. A equipe amargou o descenso. No ano seguinte, sob o comando de Jorginho, voltou à elite na terceira colocação da Série B e ainda se sagrou bicampeão carioca.
Em um 2017 de início oscilante, o Vasco conquistou a Taça Rio, último título de Eurico como presidente. A equipe obteve a vaga na Copa Libertadores, ao ficar em sétimo lugar no Brasileirão. No pleito eleitoral do Vasco, Eurico Miranda chegou a ser reeleito, mas surgiu um novo escândalo: a irregularidade em uma das urnas e a acusação de que havia sócios-fantasmas, que levou o processo para a Justiça.