Nos últimos jogos, a maior contratação do Flamengo nesta janela de transferências encontrou o seu posicionamento ideal no time de Tite. De la Cruz, que vinha atuando mais avançado, subiu de rendimento ao ser escalado mais recuado desde a ausência de Gerson.
De la Cruz já caiu no gosto do torcedor do Flamengo
Uma infecção renal com complicações afastou o volante desde o jogo contra o Boavista. Já são quatro partidas nas quais De la Cruz é escalado para atuar como segundo volante – em três deles contou com Pulgar e Arrascaeta para fechar a trinca no meio-campo.
Diante do Boavista, em seu primeiro jogo como segundo volante, o uruguaio jogou ao lado de Igor Jesus e Arrascaeta. De la Cruz ficou os 90 minutos em campo, deu assistência para Arrascaeta marcar, tocou 102 vezes na bola e acertou 95% dos passes. Além disso, deu oito toques decisivos para os companheiros.
Arrascaeta, De La Cruz e Gabigol celebram o terceiro gol do Flamengo em partida da nona rodada do Carioca — Foto: André Durão
Foi nesta partida que o camisa 18 atuou pela primeira vez na nova posição. Terminou o jogo com três desarmes, sendo um deles na jogada que originou o primeiro gol de Arrascaeta. A comprovação da evolução veio na vitória sobre o Fluminense, em que o uruguaio acertou 17 dos 18 passes e vivenciou mais uma grande atuação. Não deu assistência, mas teve participação importante no lindo gol de Cebolinha.
– Ficamos numa situação exposta, e o Nico jogou muito, foi o motor da equipe, rodando para caramba. Então isso serve para equilibrar a equipe e dar a consistência quando necessário for – analisou Tite após a vitória por 2 a 0 em cima do Fluminense, no dia 25 de fevereiro.
Mapa de calor de De la Cruz jogando avançado x como segundo volante
A goleada no Madureira carimbou a conquista da Taça Guanabara e mais uma atuação exemplar de De la Cruz no meio-campo ao lado de Pulgar e Arrascaeta. Errou apenas seis passes em um jogo em que arriscou movimentações e jogadas complexas.
Contra o Fluminense, na primeira partida da semifinal, o uruguaio ficou os 90 minutos em campo e acertou seis passes decisivos para criação de jogadas de perigo contra o time de Fernando Diniz. Mais uma vez, fechou a partida com acerto de passe superior a 90%, pecou na hora de finalizar, o que o impediu de marcar o primeiro gol com a camisa do Flamengo.
No Carioca, De la Cruz é o terceiro rubro-negro com mais desarmes (11), ficando atrás apenas de Ayrton Lucas (11) e o compatriota Arrascaeta (13).
De la Cruz ainda não balançou a rede, deu apenas uma assistência, mas as últimas atuações desenham o que o torcedor pode esperar do uruguaio que custou mais de R$ 77 milhões: visão de jogo, qualidade no passe, verticalidade e ocupação de – todos – os espaços, como mostra o mapa de calor até o momento.
Mapa de calor de De la Cruz, do Flamengo, durante todo o Campeonato Carioca — Foto: Reprodução / Sofascore
A função como segundo homem é recente no Flamengo, visto que num primeiro momento De la Cruz atuou mais avançado, pela direita. Mas a função é rotineira na carreira do uruguaio, principalmente nos tempos em que vestiu a camisa do River Plate.
Um dos grandes nomes do time argentino, De la Cruz se tornou destaque pela versatilidade e pelas atuações como segundo volante. Posição essa que também exerceu em algumas oportunidades pela seleção uruguaia.
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