O primeiro desafio do Cruzeiro na Copa Sul-Americana será bastante complicado devido a um fator ‘natural’. O time celeste estreará na competição internacional diante da Universidad Católica, do Equador, na altitude de Quito, a 2.850 metros acima do nível do mar. A última partida da Raposa nessa mesma condição foi em 2015, pela primeira rodada da fase de grupos da Copa Libertadores.
O derradeiro compromisso do Cruzeiro na altitude foi contra o Universitario Sucre, da Bolívia, em 25 de fevereiro daquele ano. Na oportunidade, a equipe mineira empatou por 0 a 0 com os donos da casa, no Estádio Pátria, em Sucre, na altura de 2.790 metros.
Sucre é a quinta cidade de maior altitude da Bolívia, ficando atrás apenas de La Paz (3.640 m), Oruro (3.706 m), Potosí (4.090 m) e El Alto (4.150 m), respectivamente.
Os cruzeirenses claramente sentiram os efeitos causados pela elevação e sofreram para se adaptar às condições no início do jogo, principalmente sobre a velocidade da bola. Vários lançamentos em profundidade foram fortes demais e se perderam pela linha de fundo.
Como foi o último jogo do Cruzeiro na altitude
A primeira etapa não reservou muitas emoções aos torcedores. O Universitario não ameaçou o Cruzeiro, que, por sua vez, encontrou dificuldades para furar o bloqueio. Ainda assim, o time de Marcelo Oliveira teve as melhores chances.
No segundo tempo, o Cruzeiro esteve perto de marcar em chute venenoso do atacante Marquinhos. A bola passou rente à trave e assustou o goleiro Juan Carlos. Minutos depois, Arrascaeta lançou Leandro Damião, que deu belo drible no zagueiro adversário, mas finalizou para fora.
O cenário começou a mudar na reta final da partida, quando o camaronês Joel foi expulso. O atacante entrou em campo aos 32 minutos do segundo tempo e deixou o jogo aos 38’, depois de entrada dura.
Com um jogador a menos em campo, a Raposa teve que se segurar para garantir o empate fora de casa, que foi considerado pela diretoria celeste um bom resultado na estreia da Libertadores.
Arrascaeta sentiu efeitos da altitude
Na ocasião, Marcelo Oliveira disse que Arrascaeta foi o jogador do Cruzeiro que mais sentiu os efeitos de jogar a muitos metros acima do nível do mar. O técnico explicou que o uruguaio precisou ser substituído por causa do desgaste físico na altitude.
”Ele foi um dos que mais sentiram, ele normalmente não erra tantas bolas, tentava jogar, não conseguia porque teve essa dificuldade maior de adaptação. Precisávamos que ele voltasse e marcasse o volante, mas o adversário jogou livre. O Arrascaeta fez até uma boa jogada antes de ser substituído, mas sentiu, é jovem, acabou sentindo um pouco essa pressão da altitude, o prejudicou tecnicamente”, justificou.
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Cruzeiro na Sul-Americana de 2024
O Cruzeiro caiu no Grupo B da Sul-Americana ao lado de Unión La Calera (Chile), Universidad Católica (Equador) e Alianza FC (Colômbia). A Conmebol sorteou as chaves do torneio nessa segunda-feira (18/3), em Luque, no Paraguai.
Duas vezes campeão da Copa Libertadores, quatro da Série A e seis da Copa do Brasil, o Cruzeiro está entre os clubes mais vitoriosos do país. Já La Calera, Católica e Alianza não fazem parte da lista de tradicionais de suas nações.
A estreia contra a Universidad Católica, no Equador, será em 4 de abril, às 21h (de Brasília).