Nesta quinta-feira (21/3), a Ferroviária denunciou um caso de assédio no duelo contra o Real Brasília pela segunda rodada do Brasileiro Feminino, na quarta (20), na capital federal, envolvendo a coordenadora do departamento médico e fisioterapeuta, Ariane Patricia Falavinia dos Santos.
O episódio teria ocorrido no deslocamento da fisioterapeuta dentro do campo, quando membros do rival do duelo, que não foram identificados, começaram a fazer comentários sobre as suas características físicas, conforme relata o time na nota.
A denúncia foi feita para a árbitra da partida, Luciana Mafra Leite, por uma atleta e pela própria Ariane. A juíza registrou a ação na súmula.
“Ao final da partida, com toda equipe de arbitragem no vestiário, a fisioterapeuta da equipe da ferroviária SAF, a Sra. Ariane Patrícia Falavinia dos Santos, relatou que no final do segundo tempo, quando a mesma entrou em campo para atendimento médico de sua goleira, ouviu de membros uniformizados, porém não identificados da equipe do Real Brasília Futebol Clube Ltda, as seguintes palavras: ‘Pode mandar ela vir para cá, ela é gostosa’. Informo que ninguém da equipe de arbitragem presenciou o fato relatado”, escreveu Luciana.
Ao fim do comunicado, a Ferroviária ressaltou estar ao lado de Ariane e pediu a ajuda de clubes, federações e autoridades para coibir esse tipo de situação.
O duelo terminou em vitória por 2 a 0 das Guerreiras Grenás. Lelê e Neném marcaram os gols do triunfo das visitantes.
Confira a denúncia na íntegra:
A Ferroviária S.A.F. manifesta veementemente seu repúdio ao assédio sofrido pela Coordenadora do Departamento Médico e Fisioterapeuta, Ariane Patricia Falavinia dos Santos, durante o jogo entre Real Brasília e Ferroviária, pela segunda rodada do Brasileirão Feminino, no Estádio Ciro Machado (Defelê), em Brasília-DF, na última terça-feira (19). É inaceitável que uma profissional em seu ambiente de trabalho seja alvo de violência por exercer suas funções.
O episódio ocorreu no momento em que a fisioterapeuta se deslocava dentro do campo e quando se aproximou do grupo, membros uniformizados, porém não identificados do time adversário, começaram a fazer comentários indesejados sobre suas características físicas, constrangendo a profissional e em total desrespeito às mulheres. A denúncia foi feita para a arbitragem pela própria Ariane e uma atleta que ouviu os insultos.
O clube tem como símbolo a ‘Guerreira Grená’ e seu escudo, que representam a luta contra a desigualdade, violência, racismo e repressão à todas as mulheres brasileiras. Nos solidarizamos a Ariane (Nani), e reiteramos nosso compromisso com a segurança e o respeito aos profissionais do clube e do Futebol Feminino, cujo trabalho é fundamental para o desenvolvimento e a promoção da modalidade.
Ressaltamos a importância da colaboração entre clubes, federações, autoridades de segurança e imprensa para que sejam adotadas medidas efetivas a fim de prevenir e coibir episódios de violência. Repudiamos qualquer forma de agressão e apelamos para que as autoridades responsáveis tomem as devidas providências para identificar e punir de acordo com a lei.
Reiteramos ainda a importância de denunciar situações de assédio, importunação ou violência sofridas em qualquer ambiente, pois é através de denúncias que se torna possível coibir tais atos.