Defesa não reúne valor no prazo estipulado pela Justiça espanhola e ex-jogador passará final de semana na prisão
reprodução/Instagram @danialves
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A defesa de Daniel Alves não transferiu a fiança do ex-jogador no prazo estipulado pela Justiça da Catalunha (Espanha). Os advogados tinham até 11h do horário de Brasília desta 6ª feira (22.mar.2024) para depositar € 1 milhão (cerca de R$ 5,4 milhões). O ex-atleta ficará preso até o Tribunal estabelecer novo prazo. A informação é do jornal espanhol La Vanguardia.
Os juízes, à pedido da defesa, concederam liberdade provisória a Alves na 4ª feira (20.mar). Ele foi condenado a 4 anos e 6 meses de prisão pelo crime de agressão sexual contra uma jovem de 23 anos na boate Sutton, em Barcelona. Dos 4 anos e meio a que foi condenado, ele havia cumprido 1 ano e 1 mês em prisão preventiva, já que foi detido em janeiro de 2023.
A Justiça espanhola também havia determinado a retirada dos passaportes brasileiro e espanhol do ex-jogador, que tem dupla nacionalidade. Ele também deveria cumprir outras medidas cautelares, como:
- manter uma distância de pelo menos 1 km da residência da vítima, de seu local de trabalho ou de qualquer outro lugar frequentado por ela;
- não se comunicar com a jovem;
- comparecer semanalmente ao Tribunal de Barcelona ou quando for solicitado.
A informação foi publicada no perfil no X (antigo Twitter) do Tribunal em Barcelona. Só 1 magistrado havia discordado da aplicação da fiança e soltura de Daniel.
CONDENAÇÃO POR ESTUPRO
O ex-jogador foi investigado por assédio sexual contra uma jovem de 23 anos em dezembro de 2022, na boate Sutton, em Barcelona. O julgamento do caso foi encerrado em 7 de fevereiro de 2024 e a condenação divulgada em 22 de fevereiro.
A sentença determinava uma pena de liberdade vigiada de 5 anos assim que Daniel Alves cumprisse o tempo de detenção.
O ex-jogador também foi condenado a se manter afastado da vítima por 9 anos e a pagar a ela uma indenização de € 150 mil (cerca de R$ 804 mil), além dos custos do processo.
Conforme a sentença, o Tribunal de Barcelona disse considerar ter sido provado que o ex-jogador “penetrou por via vaginal” a vítima sem o seu consentimento e com “violência”.
O tribunal declarou que Daniel Alves “agarrou a denunciante, jogou-a no chão e, impedindo-a de se mover, penetrou-a pela vagina, embora a denunciante dissesse que não, que ela queria ir embora”. Os magistrados disseram entender que isso “cumpre com o tipo de ausência de consentimento, com uso de violência e acesso carnal”.
QUEM É DANIEL ALVES
Nascido em Juazeiro (BA) em 6 de maio de 1983, Daniel Alves da Silva começou a carreira nas categorias de base do Bahia como lateral direito. Em 2003, foi vendido ao Sevilla, da Espanha, onde jogou até 2008.
Depois, chegou ao Barcelona, clube onde conquistou 23 títulos e consolidou-se como um dos melhores jogadores do mundo na posição. No time catalão, recebeu o apelido pelo qual ficou conhecido no futebol espanhol: “Dani Alves”.
O jogador foi presença constante na Seleção Brasileira. Disputou 3 Copas do Mundo (2010, 2014 e 2022). Foi campeão da Copa América (2007 e 2009), da Copa das Confederações (2009 e 2013) e medalhista de ouro nas Olimpíadas de Tóquio 2020.
Antes de ser preso, Daniel Alves estava no Pumas, do México, depois de rápidas passagens pelo São Paulo Futebol Clube e pelo próprio Barcelona, para onde retornou para a temporada 2021/2022 depois de passagens pela Juventus (Itália) e Paris Saint-Germain (França).