De volta à Seleção Brasileira depois de ficar fora dos jogos de novembro de 2023, o atacante Richarlison, do Tottenham-ING, comemorou o fato de a comissão técnica ter uma psicóloga. Marisa Santiago foi apresentada na segunda-feira (18), em Londres, com o restante dos novos integrantes da equipe de Dorival Júnior. O Brasil não tinha um profissional para ajudar na saúde mental dos atletas desde 2014, quando o técnico era Luiz Felipe Scolari.
A alegria de Richarlison não é à toa. O jogador precisou de terapia para superar problemas, como as críticas que recebia por mau desempenho e por um golpe que sofreu de uma pessoa que considerava amiga. E isso salvou sua vida.
“Vi a psicóloga ali [na Seleção]. Nunca teve antes, né? É importante falar em procurar ajuda. Tinha preconceito e não tenho mais. Eu com voz ativa na Seleção falo para procurar mesmo, que ajuda. Eu posso falar que salvou a minha vida. Salvou a minha vida de uma hora para outra. Estava no fundo do poço mesmo. Muito importante a Seleção ter psicólogo para ajudar os atletas. Só nós sabemos da pressão que sofremos, mais fora de campo do que dentro”, disse Richarlison em entrevista coletiva nesta terça-feira (19), em Londres.
O Brasil jogará um amistoso contra a Inglaterra na cidade no próximo sábado (23), às 16h (de Brasília), no estádio de Wembley.
Richarlison recebeu muitas críticas, boa parte delas raivosas, depois da Copa do Mundo de 2022, quando o Brasil fracassou nas quartas de final eliminado pela Croácia.
Questionavam, não da maneira mais delicada, se ele era o camisa 9 ideal para a Seleção Brasileira. Mas não foi só isso que deprimiu o jogador, que sofreu um golpe de alguém bem próximo.
“É uma responsabilidade muito grande. Eu mesmo carrego imagem muito forte. As crianças gostam muito de mim e procuro andar na linha, no caminho certo para não decepcionar. Meu maior problema naquele momento não era dentro de campo, era fora, de quem estava ao meu redor e me decepcionou mesmo morando há sete anos comigo. Foi a minha maior decepção. Isso já passou, vivo lindo momento aqui na Seleção de novo e quero construir a minha história de novo”, disse o jogador.
Uma das dicas que recebeu, e que passou a tratar como regra, é a de dar menos atenção às redes sociais, apesar de ser uma pessoa pública.
“Hoje na minha rede social só comenta quem é próximo. Depois da Copa a perseguição veio muito, sabe? Comenta quem é próximo, manda mensagem só quem eu quero. A perseguição foi muita e isso acaba afetando. Somos seres humanos, vemos maldade no olhar das pessoas. Mudei completamente”, disse o jogador.
Richarlison está em fase final de recuperação de lesão, por isso não sabe se será titular contra a Inglaterra e depois frente à Espanha, na próxima terça-feira (26), às 17h30 (de Brasília), no estádio Santiago Bernabéu, em Madri.
“O professor pediu para fazer uns piques, voltei de lesão na semana passada, retrasada no caso. Fiz um treino físico curto para entrar no ritmo. Passei por uns meses de dificuldade, com dores no púbis. O pessoal aqui da Seleção viu que eu mal conseguia chutar. Fiz a operação, os dois lados do púbis, e me sinto 100%. Voltei voando na Premier League”, disse Richarlison.
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Formado em jornalismo pela PUC-Campinas em 2000, trabalhou como repórter e editor no Diário Lance, como repórter no GE.com, Jornal da Tarde (Estadão), Portal IG, como repórter e colunista (Painel FC) na Folha de S. Paulo e manteve uma coluna no portal UOL. Cobriu in loco três Copas do Mundo, quatro Copas América, uma Olimpíada, Pan-Americano, Copa das Confederações, Mundial de Clubes, Eliminatórias e finais de diversos campeonatos.