Ídolo do Atlético-MG, Reinaldo pede justiça por vítimas de barragem em Brumadinho
Ídolo do Atlético-MG e da seleção brasileira, o camisa 9 entrou em campo com familiares das vítimas da tragédia, em um evento organizado pela AVABRUM – Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo rompimento da Barragem Mina Corrego Feijão Brumadinho.
O jogo vai além de lembrar dos amigos e familiares perdidos, mas para exigir justiça. Após cinco anos, ainda nenhuma pessoa foi responsabilizada pelas mortes.
– Jamais podemos esquecer dessa terrível tragédia. As 272 vítimas estão em nosso pensamento. O futebol é um instrumento que atinge todas as camadas. Estamos aqui não só para manifestar o apoio, mas exigir justiça.
“É diferente, é um jogo amistoso para despertar a consciência e também a memória, para que isso nunca mais aconteça em Minas Gerais. “
Reinaldo em evento na cidade de Brumadinho (MG) — Foto: André Ribas/Ge
Miguel Angelo Ribeiro, de 48 anos, esteve em campo em uma das partidas disputadas na manhã de sábado. Ele perdeu o primo Renato Vieira Caldeira há cinco anos, e o futebol era onde mais gostavam de estar juntos.
– O evento traz muita lembrança do passado, é importante não esquecer. Temos que lembrar sempre. O Renato era um amigo do peito, tínhamos um time de futebol de quase 30 anos. O esporte sempre fez parte da nossa trajetória como amigo.
– Nunca imaginamos que a gente fosse encontrar com o Reinaldo em um evento assim. Eu gostaria que ele – Renato – estivesse aqui. Tenho certeza de que ele está vendo a gente aqui.
Solidariedade de quem passa pela mesma dor
Pai de vítima no Incêndio do Ninho do Urubu participa de evento por Brumadinho
A dor é acompanhada da solidariedade de quem já passou por uma tragédia. Darley Pizetta, pai do garoto Bernardo – vítima do incêndio do Ninho do Urubu, esteve presente em Brumadinho.
Ele falou da importância dessa união entre familiares e amigos que passaram por essas perdas e dividem a busca por justiça.
– Foi no mesmo ano do incêndio do Ninho. Isso significa uma união – uma força coletiva – em busca de solução, punição aos responsáveis. Acidentes que foram cometidos pela ganância, negligência.
– Dói muito. São vidas. Precisamos estar empenhados nisso, cobrar das pessoas, não podemos deixar as coisas paradas. Temos que tocar na ferida. Até o final da minha vou lutar por isso, é um propósito que coloquei na minha vida.
Darley Piazzeta, pai do Bernardo, vítima do incêndio no Ninho do Urubu — Foto: André Ribas/Ge
Uma das responsáveis pelo evento é a Alexandra Andrade, tesoureira da AVABRUM. Ela perdeu o irmão Sandro Andrade Gonçalves na tragédia.
– Esse evento – além de homenagear as vítimas – é mais uma oportunidade para lutarmos por justiça. Já são cinco anos sem, não desistiremos nunca. Temos que mostrar em todos os meios nossa luta.
Uma barragem não rompe da noite para o dia. Também esperamos que nunca mais, que nenhuma família passe mais por isso.
Camisa em homenagem as vítimas de Brumadinho — Foto: André Ribas/Ge