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SABIA DESSA? O ÚLTIMO JOGO DE ROMÁRIO COM O MANTO DO FLAMENGO FOI EM CAXIAS DO SUL
Em 1999, o craque viveu o último ato da sua história no Mais Querido ao participar de festa com garotas após derrota para o Juventude
Nesta quarta-feira (26) o Flamengo retora a Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, para enfrentar o Juventude pelo Brasileirão. Este confronto não acontece com tanta frequência na história dos dois times e vale a pena lembrar uma delas, há 25 anos atrás.
Foi em Caxias do Sul que o relacionamento entre Romário e Flamengo chegou ao fim. Os mais jovens podem não saber, mas o Baixinho foi demitido do Rubro-Negro em novembro de 1999, após uma derrota por 3 a 1 para o Juventude, pelo Brasileirão, seguida de uma visita à famosa Festa da Uva e farra na concentração. O incidente marcou o término conturbado de sua passagem pelo clube carioca.
Romário chegou ao Flamengo em 1995, como a grande atração do centenário do clube. Eleito melhor jogador do mundo e responsável pelo tetracampeonato mundial do Brasil em 1994, o Baixinho tinha o mundo aos seus pés e decidiu vestir o Manto Sagrado e voltar para o seu amado Rio de Janeiro. No total, foram 241 jogos e 204 gols marcados. Em campo, o Camisa 11 fez o seu papel. E fora dele, foi protagonista de uma série de confusões.
Romário teve três passagens pelo Flamengo (1995/96 – 1997 – 1998/99). Na última, chegou do Valência em janeiro de 1998 e ficou até o infame jogo com o Juventude, em 10 de novembro de 1999, pelo Brasileirão. Maior craque daquela geração e herói do tetra, o Baixinho não gostava de dar satisfação para ninguém. E raramente dava. Sua atitude sempre foi de independência e autoconfiança, características que tanto o ajudaram quanto o prejudicaram.
Depois da derrota no Alfredo Jaconi por 3 a 1, em que marcou o gol rubro-negro, Romário resolveu que iria visitar a Festa da Uva. Levou com ele os laterais Maurinho e Fábio Baiano e o atacante Leandro Machado. Conforme relato de Maurinho, em 2023, todos estavam liberados para sair, mas alguns não respeitaram a hora de voltar. A escapada noturna acabou se tornando um dos momentos mais polêmicos da carreira de Romário.
Ainda conforme o ex-lateral do Flamengo, a visita à Festa da Uva não rendeu nada além de alguns abraços, sorrisos e poses para fotos. Maurinho garantiu que nada de mais aconteceu naquela noite, mas outros relatos mostram que não foi bem assim. Matéria da revista IstoÉ, de 24 de novembro de 1999, revelou que o caso foi bem mais sério. As reportagens da época mostraram um cenário de festas e excessos que contrariavam as normas do clube.
Ao retornar ao Hotel Reynolds, a verdadeira festa começou. Conforme a reportagem de IstoÉ, seis garotas das boates Madrigal, de Porto Alegre, e Cassino, de Caxias do Sul, foram levadas para um “evento particular”. Cerca de dez jogadores do elenco participaram da farra. Em tempos pré-celulares e redes sociais, o escândalo explodiu nas páginas dos jornais e nos programas de televisão. A repercussão foi imediata e negativa, afetando a imagem de todos os envolvidos.
Romário, como esperado, não negou que participou da farra. Afastado do grupo que ficou no Rio Grande do Sul para jogar um torneio seletivo da Copa Libertadores, o Baixinho chegou ao Rio dizendo que saiu sim e que continuaria saindo. O presidente Edmundo Santos Silva sacramentou a decisão de mandar o craque embora, a menos que Romário se desculpasse, o que não aconteceu. O Camisa 11 acabou assinando com o Vasco, onde ficou até 2002.
Do episódio em Caxias do Sul, ficou a famosa foto com a Rainha da Festa da Uva, a caxiense Fabiana Koch, que se formou dentista e foi pivô de um pedido de impeachment do prefeito de Caxias, Flávio Cassina, em 2020. A demissão de Romário do Flamengo marcou o fim de uma era no clube e destacou as complexidades de gerenciar um jogador de personalidade forte e talento indiscutível.