Em graus celsius, Nova Iguaçu e Vasco quase entraram para o Guinness (não confundir com a Guinness, meio em falta por aqui até em Dia de São Patrício). O jogo no Maracanã deve ter registrado uns 117ºC de sensação térmica. Foi o segundo embate mais quente da história real ou ficcional, atrás apenas do famoso duelo entre Obi-wan Kenobi e Anakin Skywalker em Mustafar, no fim de “Star Wars 3”.
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E o time da Baixada Fluminense pareceu entrosado até com o Sol —este escriba morou por lá durante a infância e pode dizer que há lugares no inferno que devem ser mais frescos que a Baixada.
Não é que o Vasco foi inferior na partida de domingo, o Vasco foi inferior em toda a semifinal. E na fase de classificação também teve um 2 a 0 para o Nova Iguaçu. Uhu, Nova Iguaçu, já diria a ex-BBB.
É bom lembrar que o Nova Iguaçu está na Série D. Porém terá que montar outro time para a competição nacional. Essa turma que eliminou o cruz-maltino provavelmente será espalhada pelas Séries A e B, com justiça.
E o que diz o resultado para o Vasco? Bem, o que disse o Carioquinha do ano passado para o Botafogo, que ficou fora da semifinal e fez o melhor primeiro turno da história do Brasileiro?
Mas o jogo revelou algumas coisas: primeiro, agora é oficial, Ramón Díaz não é profeta, é só treinador mesmo, e não dá para ganhar o jogo na previsão.
A zaga do Vasco precisa de reforços para ontem. O zagueiro/lateral Léo, antigo Léo Pelé, teve um torneio abaixo do esperado. Também não consigo entender como Medel é sempre elogiado por colegas.
Como volante, Medel não tem a velocidade de outros tempos, quando foi um destruidor nato, do tipo mordedor —seu apelido é Pitbull. Virou zagueiro, mas lhe falta o biotipo (além da citada velocidade). Medel só é rápido para atravessar o gramado e correr atrás do juiz para reclamar de absolutamente qualquer coisa. Não haverá confusão em jogo do Vasco sem Medel na foto. Alguns chamam isso de liderança. Sei não.
A grande meta do Flamengo de Tite deve ser agora conquistar o troféu sem sofrer gols. O time tem mais talento, mais dinheiro, mais banco, mais torcida, mais titês, mais tudo. Será a zebra do século se perder o título em dois jogos. No aguardo para ver aquelas reportagens comparando o salário do reserva Lil Gabi com toda a folha de pagamento do Nova Iguaçu.
De Nova Iguaçu a Novo Horizonte são uns 770 km. Mas a alegria é praticamente a mesma.
O Novorizontino provou que o Morumbis também tem chocolate meio amargo (melhor escrever isso logo para não passar vontade depois). Ferreirinha, que fez o gol do empate são-paulino, mostrou o seu maior problema na carreira, muitas contusões.
Mas e se o suprassumo da habilidade James Rodríguez tivesse batido o pênalti? Esse será o grande “se” são-paulino da semana.
“Outros atletas se manifestaram antes sobre bater [o pênalti]”, alegou o professor Thiago Carpini. Isso quer dizer exatamente o quê? Que James não se manifestou? Ou que foi o sétimo a se manifestar e por isso tinha que esperar os seis amiguinhos baterem antes?
Este humilde escriba tinha uma proposta revolucionária para a cobrança de pênaltis em mata-mata no Brasil. Só pode bater quem tiver o salário pago em dia pelo clube. Assim a torcida cobra apenas de quem recebe. Tão logo o juiz apitasse o fim do jogo, entraria correndo o cara da contabilidade com uma lista de quem estaria apto.
Baixa olímpica
A seleção masculina de handebol perdeu para a Espanha no Pré-Olímpico masculino e está fora dos Jogos. Assim como no futebol, os homens caíram e seremos representados pelas mulheres em Paris. A Olimpíada parece cada vez mais delas.
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