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Copa Ouro serviu como laboratório para o técnico Arthur Elias dar oportunidades e consolidar identidade de jogo visando Olimpíada
Há duas formas de interpretar o vice-campeonato da seleção brasileira feminina na Copa Ouro. A primeira, como uma frustração, já que os Estados Unidos também estão em fase de renovação e o Brasil duelou de igual para igual. A segunda, como um avanço, considerando que o time se mostrou muito mais sólido e agressivo que na campanha decepcionante da última Copa do Mundo.
É à perspectiva mais otimista que o técnico Arthur Elias se apega, com razão, ao analisar o desempenho da equipe em sua primeira competição oficial. Sob novo comando há pouco mais de seis meses, a seleção se mostra mais confiável e envolvente em comparação com a reta final do trabalho de Pia Sundhage.
Aproveitando a base que ajudou a moldar no Corinthians, com jogadoras como Tarciane, Duda Sampaio e Gabi Portilho, o treinador montou uma seleção bastante ofensiva, que marcou 15 gols em seis jogos e, apesar da vocação ao ataque, sofreu apenas dois. Ainda precisa trabalhar melhor a bola aérea defensiva, que continua sendo um tormento e gerou o gol de cabeça de Lindsey Horan na derrota para os EUA na decisão.
Em que pese o vice, Arthur Elias conseguiu dar oportunidades para todas as jogadoras de linha ao longo do torneio, foi competitivo na final diante das norte-americanas, a ponto de terminar o primeiro tempo com o dobro de finalizações, e emplacou boas atuações, a exemplo das goleadas sobre Argentina e México na fase de mata-mata.
Sem Marta e Cristiane, preteridas na lista de convocadas para o torneio, a seleção abriu espaço para sete novatas e observou boa resposta de nomes como Yasmin, que engrenou na reta final da Copa Ouro, credenciando-se como sucessora de Tamires do lado esquerdo. Os sinais de evolução com Arthur Elias são evidentes, e o caminho até a Olimpíada de Paris, no meio do ano, se desenha promissor.
Fonte: Breiller Pires Breiller Pires é jornalista esportivo e, além de ser colunista do Terra, é comentarista no canal ESPN Brasil. As visões do colunista não representam a visão do Terra.