Higor tentava a rescisão alegando falta de pagamento de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). De acordo com a defesa do atleta, o clube não realizou os depósitos nos últimos 22 meses.
Inicialmente, a juíza Lin Ye Lin, da 11ª Vara do Trabalho de São Paulo, não aceitou o pedido de rescisão em caráter liminar. Com isso, a defesa do jogador entrou em acordo com o Corinthians e abriu mão dos valores pedidos inicialmente.
Higor comemora o título da Copinha com o Corinthians — Foto: Ronaldo Barreto/Ag. Paulistão
Sem idade mais para atuar pelo sub-20 e sem ter sido foi promovido ao elenco profissional, Higor vinha treinando separadamente dos demais atletas. Em uma carta aberta, o jogador desabafou sobre a saída do clube por meio de uma rede social.
– Durante quatro meses, fiz treinos de 40 minutos na academia, sem orientação profissional, e acabei proibido de treinar com bola. Como tenho 21 anos, não poderia treinar com os juniores e estava impedido de treinar com os profissionais. Tive que usar o vestiário dos funcionários.
– A única maneira de rescindir meu contrato rapidamente foi pelo FGTS, que o clube não havia depositado. Fui chamado de mercenário por pessoas que não sabiam o que estava acontecendo. Falei três vezes com o Presidente do clube, Augusto Melo, sobre minha vontade de jogar e treinar, mas nada foi resolvido –diz trecho do comunicado de Higor (veja abaixo na íntegra).
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O ge procurou o Corinthians para responder sobre as acusações feitas por Higor, mas o clube não irá se manifestar sobre a saída do atleta.
Outros campeões da Copinha pelo clube no início do ano, como Breno Bidon, Arthur Sousa e João Pedro Tchoca, foram promovidos após o título, em janeiro, mas Higor não teve chances, mesmo sendo o mais velho da safra.
O jogador foi o vice-artilheiro do Corinthians na Copa São Paulo, com quatro gols. Ele chegou ao clube em 2022, contratado do XV de Jaú e defendeu o sub-20 em 62 oportunidades.
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Veja abaixo a carta de despedida de Higor na íntegra:
Hoje, eu me despeço do Sport Club Corinthians Paulista, um clube que me proporcionou momentos inesquecíveis. Agradeço a todos de coração: companheiros de equipe, comissão técnica, funcionários e a incrível torcida corinthiana.
Após a Taça São Paulo, fui impedido de entrar no CT e disseram ao meu empresário para procurar outro time, pois não seria utilizado. Depois de um mês sem conseguir clube, consegui voltar a treinar na academia do CT, mas somente quando o time profissional não estivesse lá.
Durante quatro meses, fiz treinos de 40 minutos na academia, sem orientação profissional, e acabei proibido de treinar com bola. Como tenho 21 anos, não poderia treinar com os juniores e estava impedido de treinar com os profissionais. Tive que usar o vestiário dos funcionários.
A única maneira de rescindir meu contrato rapidamente foi pelo FGTS, que o clube não havia depositado. Fui chamado de mercenário por pessoas que não sabiam o que estava acontecendo. Falei três vezes com o Presidente do clube, Augusto Melo, sobre minha vontade de jogar e treinar, mas nada foi resolvido.
Decidi que preciso de novos ares para continuar meu crescimento e atingir meu máximo potencial. Sei que a decisão de sair não é fácil, mas acredito que é o melhor para mim e para o clube neste momento.
Meu objetivo é voltar um dia, mais maduro e preparado, para contribuir de forma ainda mais significativa com o Corinthians. Agradeço imensamente pelo carinho e apoio de todos durante meu tempo aqui. Isso jamais será esquecido.
Desejo sucesso ao clube e aos meus companheiros que ficam. Continuarei torcendo e acompanhando de coração. Até breve, Fiel!
Com gratidão, Higor Farias.
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