O Atlético passou pela janela de transferências como um bom mineiro: discreto e calmo – ao contrário do que a torcida esperava. O período de transações no futebol brasileiro chegou ao fim nessa quinta-feira (7/3), e o saldo atleticano é de duas contratações e três saídas.
Na primeira janela desde que se transformou em Sociedade Anônima do Futebol, o clube alvinegro investiu em reforços para o sistema ofensivo. O primeiro deles foi Gustavo Scarpa, meio-campista que pertencia ao Nottingham Forest, da Inglaterra – o Galo comprou os direitos econômicos do atleta por 5 milhões de euros (cerca de R$ 27 milhões).
Até aqui, o meia já fez sete partidas pelo Atlético – seis como titular. Apesar das boas atuações, o atleta ainda não marcou gols ou deu assistências com a camisa alvinegra.
A segunda contratação foi anunciada nessa quinta. Trata-se do atacante colombiano Brahian Palacios, que foi revelado pelo Atlético Nacional. Contratado com status de joia a ser lapidada, o atleta custou cerca 3 milhões de dólares (R$ 14,8 milhões na cotação atual).
O clube chegou a enviar proposta pelo ponta-esquerda Luis Henrique, do Olympique de Marseille. Por um momento, as negociações pareciam avançar para um desfecho positivo para o alvinegro, mas acabou com os franceses recusando a proposta.
Reforço para o meio do ano
Além de Scarpa e Palacios, o Galo acertou uma outra contratação, mas que só será oficializada no segundo semestre. Campeão da Copa Libertadores pelo Atlético em 2013, o meia-atacante Bernard assinou pré-contrato com o clube mineiro e retornará a Belo Horizonte em julho, ao fim do atual vínculo com o Panathinaikos, da Grécia.
Jovens ganharam espaço
Sem a chegada de muitos reforços, os jovens da categoria de base têm recebido oportunidades no time principal do Atlético. O principal deles é o ponta-direita Alisson, de 18 anos, que chegou a ser tratado pelo técnico Felipão como uma “contratação”. O atleta participou de cinco jogos no Campeonato Mineiro, contribuindo efetivamente com um gol e uma assistência.
“Eu tenho que olhar o lado bom: ganhamos mais uma contratação. Nós não contratamos ninguém, ganhamos uma contratação. Eu tive a oportunidade, por uma situação que parece que está evoluindo de negócio, de colocar mais um menino. E é um jogador que está fazendo por merecer. Fazia por merecer, mas a gente ainda tem no grupo uma outra situação que agora poderemos não ter. Estamos ganhando essa contratação.”
Felipão, treinador do Atlético, sobre Alisson
Saídas de jogadores
Se pouco se movimentou na questão de contratações, o Atlético teve sucesso em manter os principais jogadores. Foram apenas três saídas, todas de atletas que não eram titulares no time de Felipão.
A primeira baixa ocorreu no fim do ano passado, quando o zagueiro Réver, na época com 38 anos, anunciou aposentadoria do futebol. Ainda em dezembro, o meio-campista Hyoran se despediu de Minas Gerais, sem renovação após o término do contrato, o atleta acertou com o Internacional.
A única saída que gerou dinheiro aos cofres atleticanos foi a de Pavón. O atacante argentino foi vendido ao Grêmio em fevereiro, por aproximadamente US$ 4 milhões de dólares (R$ 19,8 milhões). O alvinegro ainda manteve 15% dos direitos econômicos do jogador – 85% foi repassado aos gaúchos.
Perda na diretoria
Se por um lado o Atlético conseguiu manter seus destaques dentro de campo, o clube sofreu uma forte perda na diretoria. O diretor de futebol Rodrigo Caetano, que estava no Galo desde 2021, foi contratado pela Seleção Brasileira, para se tornar coordenador executivo de seleções masculinas. Para o seu lugar, o alvinegro promoveu o ex-goleiro Victor, que era gerente de futebol.