O que Calderano mostrou em Icheon é que dá para ir longe, inclusive até a final, mesmo sem ser cabeça de chave. Em um torneio restrito aos 32 melhores do ranking mundial, ele venceu nas quartas o astro francês Felix Lebrun, melhor não-chinês do ranking mundial, e o bicampeão mundial Fan Zhendong, da China, na semifinal. Na decisão, fez jogo parelho contra Liang Jingkun, mais um chinês.
Claro que WTT Champions é uma coisa e Olimpíada é outra, ainda que os participantes sejam basicamente os mesmos. Mas o que Calderano fez em Icheon foi mostrar que pode medalhar num torneio contra todos os melhores do mundo. E não há momento melhor para esse recado do que às vésperas da Olimpíada.
Com a vice, Calderano ganhou 700 pontos no ranking mundial. A diferença para Yun-Ju Lin, de Taiwan, hoje o quarto cabeça, vai cair para cerca de 500 pontos. É algo só tirável se o brasileiro repetir o desempenho nos próximos torneios, e o rival não. Segue sendo um cenário complicado.
Importante é a forma como o Calderano reagiu ao mau momento e ao incômodo com uma alteração nas regras do ranking mundial que deram 500 pontos a Lebrun, ajudando o francês a ser cabeça de chave em casa. O duelo entre os dois na Coreia do Sul foi uma exibição de gala do brasileiro.
Se chegar com essa fome em Paris, a medalha fica bem possível.
Opinião
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