O desabafo de Clarice
“Evitem ir ao rio de janeiro. Grata pela vida da minha família. Obrigada meu Deus, tudo que peço é obrigada por esse livramento. Obrigada Deus por cuidar da minha família , aquele banco perfurado é o banco que meus filhos sentam. Eu não conseguiria imaginar minha vida sem meus filhos, não consigo imaginar se eles estivessem naquele momento sentados ali. Me falta ar só imaginar.
Obrigada Deus não permitir que nada acontecesse com meu cunhado, o pai do meu sobrinho. Obrigada Deus por não permitir que minha irmã grávida do meu sobrinho tão esperado sentasse naquele banco. Hoje mais reflexiva, me pergunto: Por que eles atiraram para matar? A conclusão que cheguei é para mostrar quem é o poder , que eles estão anos luz a frente do governo, estão munidos, são mais inteligentes, “estão fortes”. E claro estão impunes.
A vida Brasileira não importa. Não é o carro que você dirige, ou o relógio que você usa. “É o sistema que tem que mudar”. Salvem se quem puder. Quando mudamos para São Paulo, senti um grande alívio, pois viver no Rio de Janeiro era como viver em uma guerra , é horrendo , é uma sensação que só quem vive entende , você está dirigindo e de repente, começam os tiros, todos saem dos seus carros e se arrastam no chão, alguns carros recuam na contramão. Uma verdadeira cena de guerra.
Até que em novembro do ano passado , fomos assaltados em São Paulo, dirigíamos nosso carro em uma via movimentada e engarrafada, quando fomos surpreendidos aproximadamente as 16 horas de um dia de semana qualquer por uma moto desses com box do IFood, que bateu o revólver no vidro do carro. Traumatizados, trocamos de carro , pois entendemos que a culpa era nossa por dirigir um carro esporte. Compramos um carro família , ficamos realizamos em poder proporcionar tal confronto a nossa família, blindamos o carro mas não colocamos insulfilme.
Já usávamos carro blindado apenas para ir ao Rio de Janeiro. Não achávamos que seria necessário em São Paulo. Estávamos errados. Em maio desse ano, saindo para comemorar o aniversário do Luan, fomos abordados aproximadamente as 19 horas, horário de pico, trânsito lento e rua movimentada por uma moto , dessa vez por homem o vestido com roupa social, vimos o revólver e fugimos, foi um caos, pegamos a contramão e batemos em um táxi.