Por força do regulamento, considerando o saldo de gols nas semifinais, o Galo encaminhou sua décima oitava final consecutiva do mineiro. A se considerar a campanha na fase classificatória, aliada ao jogo de ontem, nosso mais tradicional rival na história do futebol mineiro – América – merecia essa condição de finalista. Não fomos eliminados por termos marcados três gols contra dois do coelho nos dois jogos. Dois zero Galo e dois a um coelho.
No confronto de ontem, um dos piores clássicos que já acompanhei e fui em centenas de vezes, o Galo foi covarde do princípio ao final da partida. Digo, considero que do início da etapa final até o segundo gol do adversário, foi um bom e isolado momento da partida. Exatos 21 minutos de bom futebol, fora isso foi tudo péssimo, até o confuso e horroroso soprador de apito. Em nada influiu no jogo, mas desagradou aos dois times e suas torcidas. Numa das suas trapalhadas, aos 41 do segundo tempo, o Alan Franco roubou a bola do adversário e ele marcou lance faltoso do jogador do Galo. Teve quem dissesse perto de mim que “foi um apito doloso”. Achei graça, nunca tinha ouvido expressão dessa natureza. Enfim, no sufoco, o Galo assegurou vaga na final.
Felipão, o mau humorado e grosseiro em coletivas, optou por dois volantes e escolheu Alan Franco para companheiro do Bataglia. A meu juízo, perfeito, até porque nossa defesa anda muita exposta e o argentino – sozinho – vem atuando sobrecarregado. Porém, qualquer Atleticano – como aquela garotinha de 11 anos que detonou o treinador – sabe que o Igor Gomes é uma excelente opção para ser utilizado durante as partidas. Banco. Nunca para sair jogando, até porque nessa formação inicial caberia o Rubens e até o Alisson. Pelo que vêm apresentando, ambos nos lugares do Gomes e mesmo do Scarpa. Mas o segundo ainda tem a confiança de boa parte do Atleticano – ainda – mas precisa mostrar mais do que vimos até o momento, então um dos outros garotos da base deveria ter começado o jogo.
Tanto é verdade e quem assistiu a partida, é testemunha que – no intervalo quando Felipão corrigiu essa anomalia – o time voltou diferente para a segunda etapa. Aos dois minutos chegamos ao empate, num belo cruzamento do Scarpa do lado direito, onde ele historicamente atua melhor. Ontem, apesar de não ter feito partida brilhante, foi melhor que em jogos anteriores e – curiosamente – respondeu por cobranças de falta e escanteios. O que não vinha acontecendo. Adoraria entender, mas o treinador já disse na coletiva, que “não tem de dar explicação”. Dias atrás afirmou que quem pode reclamar é o Torcedor que paga ingresso, excluindo até mesmo o GNV (se não foi ao estádio) então fica difícil. Ele blinda o elenco e chama para si com a mesma intenção. Acho, eu acho, que a diretoria deveria chamar esse treinador no canto e puxar a orelha. A idade e o histórico dele não lhe dá imunidade.
Junto dessa prosa reservada, chamando o Felipão à realidade Atleticana, mostrar a ele a história do Galo Forte Vingador, que não foge à luta e – ao longo dos 116 anos de paixão – se caracterizou por ser um time de lutar e enfrentar grandes desafios. Jamais uma equipe covarde e que optasse por essa retranca e covardia dos primeiros dez jogos da temporada. Aproveitando o aniversário do Galo na próxima semana, gostaria de manifestar que gostei da arte em comemoração e da camisa anunciada. Enfim ficar livre do código de barras feio e que toleramos durante um ano. Ufaaaa
Por fim, amanhã pretendo até postar novamente – vai depender do meu curto espaço de tempo – e alertar que temos um time muito mais qualificado que o adversário dessa final. Entretanto, para aqueles jogadores e mesmo seus simpatizantes (torcedores), vencer o Galo vale mais que uma grande conquista. Foi assim nas partidas recentes. Me lembro, em um estadual recente, o então presidente daquela agremiação ao final do jogo do turno – que perdemos – entrou em campo e deu volta olímpica. Ao final do campeonato: Galo campeão. Nem chegaram à final, foi outro adversário, mas – reitero – estão entrando com muito mais foco e determinação que os comandados do Felipão. Que ao invés de dar jeito nisso, tem optado por elogiar o adversário que supera o nosso time. Chega! “Vamos à luta sem medo, é hora do tudo ou nada”, embalava Beth Carvalho, a mesma que cantava “Chora, não vou ligar!” Acorda Felipão!
*fotos: Pedro Souza/Atlético