O planejamento financeiro elaborado pela antiga gestão do Corinthians, no fim do ano passado, sofreu alterações de despesas e receitas e terá de ser aprovado mais uma vez pelos órgãos de controle do clube, como Conselho Fiscal, Conselho de Orientação e Conselho Deliberativo.
Há expectativa de aumento na arrecadação com patrocínios e vendas de jogadores, mas também maiores despesas em diferentes áreas.
Em relação a colocação nos campeonatos, a previsão segue conservadora: oitavas de final na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana e sétimo lugar no Brasileirão.
Abaixo, o ge destrincha o orçamento alvinegro.
Augusto Melo, presidente do Corinthians — Foto: Marcos Ribolli
Grana que entra
A principal fonte de receitas do Corinthians segue sendo a venda de direitos de transmissão dos jogos. No novo orçamento, o clube aumentou em 6% a expectativa de arrecadação: de R$ 294,6 milhões para R$ 313 milhões.
A previsão de receita que sofreu maior variação foi a de patrocínios, que teve um salto de 51%. Antes, o clube esperava faturar R$ 173,9 milhões. Agora, projeta R$ 263,2 milhões.
Isso se deve, sobretudo, ao contrato de patrocínio máster fechado com a VaideBet, bem superior ao que pagava a Hypera Pharma até 2023 pela mesma propriedade. A casa de apostas prometeu repassar R$ 130 milhões ao Corinthians nesta temporada versus R$ 22 milhões da antiga parceira.
No novo orçamento, a diretoria diz já ter garantido R$ 89,3 milhões a mais com patrocínios e planeja outros R$ 59,4 milhões com negociações que estão em andamento.
A expectativa de receitas com vendas de atletas também aumentou. O saldo líquido previsto com transferências subiu 21%, de R$ 110 milhões para R$ 133,3 milhões.
Deste montante, o Timão diz já ter garantido R$ 85,3 milhões com as negociações de Gabriel Moscardo, Ivan e Roni. Assim, restam mais R$ 47,9 milhões, o equivalente a cerca de 9 milhões de euros.
Gabriel Moscardo foi vendido pelo Corinthians ao Paris Saint-Germain — Foto: Divulgação / PSG
Com todas as alterações, o Corinthians acredita ser possível atingir um faturamento total de R$ 935,4 milhões, 15% a mais do que os R$ 816,6 milhões previstos inicialmente. Essa nova projeção é bastante similar ao resultado do ano passado (o balanço ainda não foi fechado, mas estima-se que o clube teve uma receita bruta de R$ 936,7 milhões).
Desta forma, também sobe a previsão de superávit. Inicialmente, o clube estimou fechar as contas no azul em R$ 7 milhões. Agora, a expectativa é de um resultado financeiro líquido de R$ 17,6 milhões, aumento de 151%.
Grana que sai
O superávit previsto só não é maior porque também há expectativa do aumento de gastos.
As despesas operacionais orçadas saltaram 14%, de R$ 567,3 milhões para R$ 645,9 milhões.
Corinthians terá de pagar multa à Pixbet por contrato com a Vaidebet — Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Na revisão orçamentária, o Corinthians indica que a folha salarial do departamento profissional de futebol é de R$ 23,5 milhões por mês, montante que engloba salários, direitos de imagens, luvas e encargos de jogadores e demais funcionários.
Em relação à previsão inicial, houve aumento de apenas R$ 100 mil por mês.
Em 2024, o Timão espera arcar com R$ 97 milhões em despesas financeiras, sendo a maior parte relativa a juros da dívida de mais de R$ 900 milhões que tem o clube – sem considerar o financiamento da Neo Química Arena, cujo saldo é de R$ 686 milhões.
Ou seja, a dívida líquida total do Corinthians atualmente é de cerca de R$ 1,6 bilhão.
Em relação ao estádio, o clube prevê amortizar R$ 91,1 milhões da dívida com a Caixa. O custo com juros do financiamento está estimado em R$ 175,5 milhões para 2024.
Um dado visto como importante pela diretoria alvinegra é o resultado operacional (EBITDA), que desconsidera despesas com impostos, taxas, depreciação e amortização. A expectativa para 2024 é fechar com R$ 205,8 milhões no azul – a projeção inicial era de R$ 173,4 milhões.
Procurado pelo ge, o diretor financeiro do Corinthians, Rozallah Santoro, disse que só irá comentar o novo orçamento após a aprovação do documento pelos órgãos competentes.
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