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João Trindade, do Rio de Janeiro (RJ)
1 de mar, 2024, 06:00
Foi sofrido, mas o Fluminense conquistou o título da CONMEBOL Recopa ao vencer a LDU, do Equador, por 2 a 0, graças a dois gols do atacante Jhon Arias, na noite da última quinta-feira (29), no Estádio do Maracanã.
No banco de reservas, Fernando Diniz foi mais um a vibrar. Após a partida, o técnico aproveitou para exaltar e defender a história de alguns jogadores que muitas vezes foram criticados, mas que conseguiram dar a volta por cima.
A começar pelo herói da noite. O treinador lembrou de como Arias conquistou um avanço desde o início de 2022 até se tornar o jogador que é. “Quando cheguei aqui, Arias era um talento imenso que precisava de alguma ajuda para dar conta desse imenso talento que ele tinha. E foi aos poucos reconhecendo sua capacidade, tendo cada vez mais confiança dentro do que ele já tinha. Uma pessoa tão excepcional quanto”.
“Um menino muito sensível, muito culto e inteligente, uma das pessoas que melhor me leem. Criamos uma conexão que não foi fácil, a gente foi indo e em algum momento o negócio pegou. Ele ajuda a empurrar o time para cima e para frente, um jogador excepcional que está em uma curva ascendente sem parada. Tem tudo para conquistar o mundo. Joga com alegria, confiança e felicidade”, disse Diniz.
O comandante do Tricolor ainda falou a respeito de outros nomes que sofreram com as ‘cornetas’ na chegada ao clube, como o do agora zagueiro Thiago Santos e do lateral-esquerdo Diogo Barbosa, titulares na conquista em cima da LDU.
“Um jogador que chega em um time grande não é ruim. Ele pode estar jogando mal em algum lugar. Tenho um filho que faz medicina em uma das melhores faculdades do país. Jogar em um time grande é mais difícil que entrar nessa universidade. Do lado de fora, a gente vai assassinando o sonho de gente que lutou a vida inteira para chegar em algum lugar. É muito difícil suportar essa pressão e injustiça que é cometida por muitos de vocês, infelizmente”, afirmou.
“Quando o Thiago e o Diogo vieram para cá, muitos devem ter criticado muito. E coloca um peso que precisa que a gente seja forte para caramba, porque eles não são aquilo que vocês falam. Eles são bons! A gente às vezes joga mal, é pressionado e sente. Jogador e jornalista ruim é sem confiança, vai escrever matéria ruim e gaguejar na hora de falar”, seguiu.
“É ter um pouco mais de boa vontade para se colocar no lugar do outro. Os jogadores vêm de lares desestruturados, se tornam profissionais e são bombardeados de críticas, então é difícil suportar. A gente tem treinadores com 50, 60, 70 anos que ficam fragilizados. Se pudesse ter mais boa vontade e compreensão, de achar que quem erra é ruim, daria para melhorar. Isso é uma coisa que eu luto a vida inteira”, completou.
Fernando Diniz ainda fez questão de destacar a qualidade de Renato Augusto, Marcelo e Douglas Costa. O trio saiu do banco no segundo tempo e mudou a cara do Fluminense na decisão.
“Isso é uma bobagem, falta de respeito e inteligência. Se der tudo errado daqui para a frente, as pessoas já estariam erradas, porque ano passado ganhamos a Libertadores com o time mais velho da história, a média de idade mais alta. E ganhou jogando melhor que todo mundo, de times tradicionais. Foi vice-campeão do mundo”, ressaltou.
“Para mim é um presente poder contar com Marcelo, Douglas Costa e Renato Augusto, mais Ganso, Fábio, Felipe Melo. Os caras têm uma certa idade, mas temos que oferecer no Fluminense a motivação e a vontade de estarem aqui. A gente oferece o prazer de jogar futebol, a convivência, o ambiente que eles gostam de estar aqui”, continuou.
“O povo gosta de chacota, de like, de sorriso fácil, não tanto da verdade, que seria a função do jornalista. O cara gosta de fazer comentário bobo, palhaçada, mas aqui não entra. Aqui a gente tem um trabalho de cada vez mais profundidade. Ninguém vai jogar bola eternamente, mas se estão aqui é porque tem condição”, finalizou.
Próximo jogo do Fluminense:
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Botafogo (C): 3/3, 16h (de Brasília) – Campeonato Carioca