Convocações da seleção brasileira são feitas para serem polêmicas. Jamais houve uma que não fosse, porque preferências são preferências e, infelizmente para quem diverge, no caso as que valem são as do treinador.
Dorival Júnior desgosta que o chamem de cozinheiro de arroz com feijão.
Bobagem dele, porque poucos pratos ganham da dupla quando bem feitos e temperados e ele tem se saído bem no quesito.
Dele ninguém espera jogadas surpreendentes ou inovações chocantes.
Dorival Júnior tem o perfil do homem comum e talvez seja disso que o time da CBF, esta entidade tão negativamente incomum, esteja precisando.
Só que não foi nada disso que se viu em sua primeira convocação para os amistosos contra Inglaterra e Espanha, ossos duros de roer e que tanto podem consagrá-lo quanto desgraçá-lo logo de cara —no fundo uma maldade com quem quer que fosse, até com Carlo Ancelotti, o que foi sem nunca ter sido.
Esperava-se dele um time parecido com o que vinha jogando, apenas mais cauteloso no jeito de atuar. Em vez disso, ele deu renovada radical, quase chutou o balde.
Jamais apostaria que Pedro ficaria de fora e que a gratidão dele a Rafael, Beraldo e Pablo Maia fosse tão grande.
Dorival Júnior esteve mais para João Saldanha que para Zagallo.
FLUMINENSE CAMPEÃO
O tricolor de Chico Buarque de Holanda fechou o círculo virtuoso na América do Sul ao ganhar a Recopa, botar a cereja no bolo do título inédito na Libertadores e, de quebra, exorcizar o fantasma equatoriano da LDU, responsável por dois traumas neste século em decisões continentais.
O Maracanã viveu noite de gala em três cores e festejou o time valente que conseguiu o 2 a 0 para evitar prorrogação ou pênaltis com um jogador a menos, fruto da expulsão do jovem John Kennedy, autor de gesto nada diplomático ao pisar no adversário.
Já o embaixador colombiano Jhon Arias fez a parte dele com os dois gols que enlouqueceram mais de 60 mil tricolores no palco cartão de visitas do futebol brasileiro.
Fernando Diniz segue em ascensão ao empilhar taças e ponderar para nós todos sobre a necessidade de maior respeito aos jogadores, muitas vezes criticados de maneira desrespeitosa, sem levar em conta todas as barreiras vencidas para chegar a um clube grande.
Mestre Armando Nogueira assinaria embaixo do puxão em nossas orelhas.
Ele preferia chamar de atuação infeliz de fulano ou sicrano as más apresentações que muitos de nós classificamos como dignas de pernas de pau etc.
Fica a justa ponderação.
E O CORINTHIANS, HEIN?
Terá o alvinegro de Parque São Jorge sobrevivido ao sábado que começou às 16h em Itaquera, seguiu às 18h no Canindé e às 20h em Limeira?
Se sim, os deuses dos estádios exageraram no corintianismo.
Se não, como o mais provável, apenas colheita de tanta incompetência de gestões sucessivas no passado recente e no presente, para não citar também a falta de transparência.
ESTUPRO NA IMAGEM
Ao receber o condenado estuprador Robinho em churrasco no clube, o Santos, do presidente Marcelo Teixeira, também pró-reitor da Universidade Santa Cecília de sua família, manchou sua imagem muito mais do que com a queda à Série B.
O cartola quer separar a figura do ídolo esportivo, que tentou recontratar, da vida pessoal do criminoso, atitude de quem entende nada de esporte e de educação, muito ao contrário.
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