Residente em Madri há seis meses, Dario Tupisa se diz um apaixonado pela Canarinho e espera adiantamento de salário para ver jogo contra Espanha
19 mar 2024 – 12h57
(atualizado às 13h18)
O amistoso envolvendo as seleções de Brasil e Espanha será na terça-feira (26), três dias após o primeiro desafio da Canarinho sob o comando de Dorival Júnior. Mas para um torcedor em especial, o jogo no Santiago Bernabéu, casa do Real Madrid, é o que importa.
Dario Tupisa é equatoriano e trabalha há cinco meses no Aeroporto Internacional de Madri. Em sua rotina na cozinha de um restaurante, o assunto “Seleção Brasileira” passou a ganhar destaque em meios aos seus colegas. Até mais do que a paixão pelos colchoneros.
“Sinceramente, minha ansiedade não está no jogo de Londres, e sim nesse aqui em Madri. A Amarelinha fica à frente até do que minha paixão pelo Atlético de Madrid. Meu país também joga com a cor amarela. Quando venho com uma camisa nessa cor para o trabalho, todos já conhecem o motivo. E ao saber que o Brasil viria aqui, aí a emoção foi demais”, iniciou ele, em conversa com o Jogada10.
Tupisa se define como “marmitón”, profissão relacionada a quem cuida da limpeza de fornos, entre outras funções no restaurante. E sua expectativa é a de que os comandados de Dorival Júnior sirvam um “prato caprichado” diante dos anfitriões.
“A Fúria não está lá essas coisas, não. Mesmo sem muitos de seus principais atletas, a Seleção Brasileira tem condições de buscar um bom resultado”, acrescentou Dario.
Ele, aliás, revelou ter pedido na última segunda-feira (18) para que o chefe adiantasse parte do seu salário a fim de que possa comprar um dos poucos ingressos que ainda restam para o amistoso da próxima semana.
“Pedi, e o prazo encerra hoje (terça), dia em que estou sendo entrevistado. Lamento não ter vindo hoje com uma camisa amarela. Como eu iria saber, não é mesmo?! Mas sei que o dia vai terminar alegre. No fim do expediente, espero poder pegar esse dinheiro e garantir o meu lugar no Bernabéu, casa do nosso rival”, contou.
Ídolos brasileiros
No futebol, seus ídolos são brasileiros, o que nem chega a ser uma surpresa. Os laterais Roberto Carlos e Cafu, além de Ronaldo Fenômeno, encabeçam a lista. Ele acredita que o talento tupiniquim fará a diferença em mais um começo de ciclo:
“Toda má fase na vida tem tempo certo para acabar. O Brasil é pentacampeão do mundo e em breve vai erguer mais um troféu desse”.
Aos 30 anos, Dario Tupisa reside no bairro de Abranches, sem grande luxo, na capital espanhola, ao lado da mãe e do irmão:
“No Equador não tem trabalho, além de estar violento. Minha mãe, a dona Rosa Margarida, já está na Espanha há 20 anos e trabalha no ramo da limpeza. Conseguiu sobreviver aqui. Meu irmão mais novo, o Alex, veio três anos atrás e eu cheguei há seis meses. Tudo está se ajeitando aos poucos”, destacou antes de se divertir um pouco mais:
“Meu visto de trabalho é de um ano, mas estou certo de que conseguirei resolver sem problemas. Só não vou dizer que torci para o Brasil contra a Espanha… risos”, encerrou, aos risos.
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