Pouco antes de assumir a função de treinador do Sub-17 do Flamengo, Filipe Luís recusou cargo na Seleção Brasileira
Atualmente técnico do time Sub-17 do Flamengo, Filipe Luís afirma que já pensava como treinador há muitos anos. Não à toa, pouco antes de assumir cargo nas categorias de base do Mengão, o ex-lateral esquerdo recusou convite da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para se tornar coordenador técnico da Seleção Brasileira.
— Por sorte, eu já pensava como treinador muitos e muitos anos atrás. Enquanto ainda jogava. Já pensava em coisas que eu queria, ideias que eu gostava, coisas que queria passar para os meus jogadores e anotava tudo. Quando fui chegando na reta final da minha carreira, tinha essa dúvida sobre começar como auxiliar, começar como treinador da base, começar como treinador no profissional. E eu fui vendo cada vez mais, falando com mais gente, e pensei que se eu começasse como auxiliar ia ser muito difícil -, explicou em entrevista ao ‘GE’.
— Eu tenho uma ideia tão forte do meu modelo de jogo, que seria difícil me adaptar para outra ideia de outro treinador. O auxiliar tem que se adaptar ao modelo do treinador. Eu pensei em começar a carreira solo e não estava preparado para começar no profissional. Ninguém está. Nunca fui treinador na minha vida. Por mais que a gente ache que sabe, são muitas responsabilidades e decisões que temos que tomar que não estão no nosso controle -, disse Filipe Luís.
Contar com Filipe Luís era um desejo do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. Pouco antes de iniciar a trajetória como treinador do Sub-17 do Flamengo, o ex-lateral fez questão de agradecer ao mandatário pelo convite. No entanto, decidiu focar em uma função técnica em campo.
Vale destacar que Filipe Luís possui a Licença B da CBF Academy, que dá a autorização para comandar equipes das categorias de base. Além disso, concluiu a Licença A, para treinar times profissionais, e a Licença PRO, exigida pela CONMEBOL para as competições sul-americanas. Prestes a encarar a primeira semifinal da carreira de técnico, o ex-lateral se mostra grato pela oportunidade recebida do clube que torce desde criança.
— Eu pensava em começar em uma categoria mais perto do profissional, mas o Flamengo me deu a oportunidade de começar no sub-17 e não pensei duas vezes. Eles me dão toda estrutura para trabalhar, toda tranquilidade e sigo modelo de jogo de um clube que quer ser protagonista a todo momento. Casou com o que eu pensava de me preparar para montar toda metodologia e botar esse modelo de jogo em prática para ver em campo se flui do jeito que eu quero -, disse.
— O presidente Ednaldo me ligou, conversou comigo sobre a possibilidade. Primeiramente, a seleção brasileira ligar e você dizer não é difícil. Mas eu tenho tão claro que quero ser treinador, que seria desviar do meu caminho, fazer uma curva. Primeiro, por ser totalmente inexperiente para o cargo, há muito melhores do que eu para essa função e que vão ajudar mais. E segundo porque eu egoistamente quero começar essa carreira como treinador. Deixei a porta aberta caso ele quisesse algum cargo no campo, mas para esta função eu preferi não aceitar. Por mais que financeiramente, status, e tudo mais, seria melhor ir para lá, meu coração quer estar no campo. Não me arrependo -, contou.
PRÓXIMO COMPROMISSO DE FILIPE LUÍS
Em busca do primeiro título como treinador, Filipe Luís comanda os Garotos do Ninho nas semifinais da Copa Rio Sub-17. No Estádio da Gávea, o Flamengo terá o Botafogo pela frente às 15h (horário de Brasília) deste sábado (25). Os rivais voltam a entrar em campo no dia 1º de junho, desta vez no CEFAT. Quem avançar enfrenta Vasco ou Nova Iguaçu na grande final.