Ao ser perguntado sobre o que achou do jogo contra o Universitario, Artur Jorge colocou o dedo em riste e, sem pestanejar, afirmou: “Este Botafogo não escolhe adversário ou local para se impor. Tivemos mérito. Conseguimos classificação histórica, tendo que num grupo que se disputa 18 pontos nós tínhamos zero (após 2 jogos). Foi uma recuperação extraordinária e isso é mérito dos jogadores. Muito satisfeito por isso e por ter ganhado”.
O time partiu de nenhum ponto em duas rodadas para uma classificação antecipada às oitavas da Conmebol Libertadores. Para isso, teve que superar percalços no caminho. O ge mostra abaixo quais.
Universitário 0 x 1 Botafogo | Melhores momentos | 5ª rodada | CONMEBOL Libertadores
O fantasma de 2023
Falar do Brasileirão do ano passado é algo que nenhum torcedor do Botafogo gosta, mas é necessário para explicar o contexto desta Libertadores. A quinta colocação levou até a pré-Libertadores, estágio anterior à fase de grupos. Mais do que isso, o Botafogo iniciou o ano sob enorme desconfiança por tudo que aconteceu no ano anterior.
Botafogo lamenta derrota para o Palmeiras — Foto: André Durão/ge
Eliminatória contra o Bragantino
A primeira prova de superação veio logo na fase preliminar. Depois de despachar com facilidade o Aurora, o time teve pela frente o RB Bragantino, sexto colocado no Brasileirão de 2023.
Nesse intervalo, o Botafogo conviveu com troca de treinadores. Tiago Nunes iniciou a campanha, mas foi demitido após o primeiro jogo contra o Aurora (empate por 1 a 1 na Bolívia) por uma sequência de resultados ruins. O interino Fábio Matías foi o escolhido e assumiu o papel.
Mesmo sem um técnico fixo, o clube carioca superou o Massa Bruta no Nilton Santos e teve “espírito copeiro” para segurar o resultado no Nabi Abi Chedid, com um jogador a menos durante boa parte do segundo tempo.
Fábio Matias – Bragantino x Botafogo — Foto: Vitor Silva / Botafogo
Brilho do raio
É impossível falar do Botafogo na Libertadores e não citar Júnior Santos. São nove jogos e nove gols do camisa 11, que teve papel fundamental na fase preliminar e continua com boas atuações nos últimos jogos.
O atacante só balançou as redes uma vez na fase de grupos, mas a importância vai além dos números: presença forte no setor ofensivo, ele é um dos principais jogadores para o esquema de Artur Jorge funcionar pela movimentação.
Gol de Junior Santos, Botafogo x LDU — Foto: André Durão / ge
Começo e dúvidas
Com duas derrotas – Júnior Barranquilla em casa e LDU fora – nos dois primeiros jogos, o Botafogo amargou a lanterna neste período.
As dúvidas foram interrompidas com uma sequência de três vitórias seguidas. Aliado a resultados paralelos que ajudaram, o Alvinegro conseguiu a classificação antecipada.
Universitario x Botafogo — Foto: Vítor Silva/Botafogo
Desfalques
Neste período, o Botafogo conviveu com inúmeros problemas de lesões. Artur Jorge perdeu Pablo, Marçal, Rafael, Matheus Nascimento e, recentemente, Eduardo e Tiquinho Soares.
A ausência do camisa 9, lesionado justamente contra o Universitario, obrigou Artur Jorge a mudar o esquema. Eduardo passou a ser escalado como atacante – e deu resultado: o meia de origem balançou as redes duas vezes.
Mais recentemente, o português também ganhou mais duas pedras no caminho, com o afastamento de Diego Hernandez e Óscar Romero por indisciplina – o último, inclusive, tinha chance de ser titular contra o Universitario em Lima.
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