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Em entrevista ao podcast da Botafogo TV, gravada no dia 7 de março e divulgada na última quinta-feira (14/3), John Textor revelou um plano ambicioso, ousado e inédito para as categorias de base do Botafogo. Ainda sem ter um terreno para construir um CT, o dono da SAF alvinegra explicou que já está em contato com outras lideranças para construir um grande centro de excelência de desenvolvimento de talentos, em cooperação com clubes do exterior, inclusive fora da holding Eagle Football.
– Comecei a apresentar ideias para os dirigentes das maiores organizações de futebol do mundo, fizemos novas representações, vamos mostrar nas próximas duas ou três semanas, provavelmente. Temos alguns clubes importantes que já nos deram permissão para colocar suas marcas nisso. Como isso vai funcionar? Os jogadores vão assinar com o Botafogo, os direitos econômicos serão divididos entre os clubes participantes por meio de acordos cooperativos com o Botafogo, estamos verificando todas as regras, ainda não resolvemos tudo – iniciou Textor.
– Se você trouxer, a propriedade de terceiros não é legal, todo jogador tem que estar assinado com um clube, e esse clube seria o Botafogo. Se você trouxer Lyon, parceiros do Reino Unido, outros clubes? Se trouxer um grande time da La Liga, da Arábia Saudita, eles estão aumentando seu investimento, querem ganhar uma Copa do Mundo. Se você trouxer um grande time da MLS? – perguntou.
– Há tantos talentos no hemisfério ocidental, América do Norte, América do Sul, América Central, que se você construir belas instalações, CTs de base de verdade, onde esses clubes não estão apenas colocando suas marcas, mas seu pessoal aqui, teremos acordos de cooperação no desenvolvimento de atletas, belas instalações, belos campos, bem no meio do Rio de Janeiro, a capital do futebol ao redor do mundo. Como vejo no futuro, seremos assim o maior agregador e desenvolvedor de talentos da América do Sul na história. Nunca ninguém fez isso.
– Todo mundo odeia multiclubes, o que tem de errado nessa colaboração? Isso vai além dos multiclubes, porque não estamos falando dos times da Eagle. Eles mudaram as regras na Inglaterra, antes você precisa obter vistos para entrar na Inglaterra, agora há quatro exceções em cada time, então agora você só precisa vir e contratar alguém no Brasil. Como você vai fazer isso? Com um ou dois scouts? Se você é o Liverpool, venha aqui e olhe para os nossos atletas e para o nosso CT, porque vamos ter tantos jogadores nessa instalação que todo jogador do país vai querer estar lá, a não ser que tenha nascido com sangue flamenguista, não consigo entender essas crianças direito (risos).
– Estou falando de crianças com problemas de transporte, passando por pequenos bairros e lugares da América do Sul, vendo esse essa linda cidade… Se eu conseguir achar um terreno para fazer isso ou fora do Rio, para sair dos pequenos bairros e para chegar ao Atlético de Madrid, ou para um grande clube do Reino Unido… Não é apenas o Botafogo, mas o Botafogo vai se beneficiar disso, porque termos que contratar esses jogadores, vão jogar conosco, vão se desenvolver conosco, melhoraremos nossos resultados também.
– Haverá tantos jogadores que não temos posições o suficiente no elenco, nessa combinação de clubes eles não podem levar todos esses jogadores, então você está falando sobre o melhor desenvolvimento de agregação de talentos e centro de excelência que já se imaginou, teríamos jogadores suficientes para alimentar dezenas de times ao redor do mundo e a economia disso e para o benefício do nosso clube, porque vamos construí-lo – explicou.
John Textor disse que a ideia de construir um grande CT para o Botafogo, que já teve até sua maquete revelada, mas esbarrou em problemas burocráticos envolvendo o município, deve ficar em segundo plano.
– Quanto aos planos para o futuro, saímos com algumas ilustrações com obras de arte no ano passado, sobre como nossa base pode se parecer com um clube, falamos com a cidade para tentar conseguir algum terreno, mas essas conversas não levaram a nada. Evoluímos esse conceito, pode ter sido bom que as coisas não tenham acontecido rapidamente – afirmou.
O empresário norte-americano admitiu que as categorias de base do Botafogo ainda estão muito defasadas em termos de estrutura, após dois anos de existência da SAF.
– Quando você perde seu treinador principal (Luís Castro) e perde o projeto, o sistema, a característica de jogo que você estava construindo, isso afeta a base, onde está o facho da luz do estilo do jogo, do futebol e a característica do Botafogo. Isso não está lá, e afeta a base, então é um problema. Em relação às instalações, estamos melhorando o Lonier, mas não estamos consolidados. Não é sobre vitórias e derrotas, eu vejo problemas na base, os torcedores veem, mas nós reagimos a diferentes problemas. Os torcedores do Botafogo querem vencer tudo sempre, e eles mal conseguem se manter fortes e em condições para irem a todos os jogos, mas querem que nossos jogadores atuem em alto nível em todos os jogos. Mas, quando você fala sobre base, eu vejo esse fluxo de jogadores que podem nos ajudar a ganhar campeonatos no futuro. Eu vejo o desenvolvimento nesses jogadores? Não falo de ótimos atletas, mas de desenvolvê-los para serem as pessoas que vestirão nossa camisa e ganharão campeonatos no futuro para o Botafogo. Temos jovens talentos aqui, mas não vejo que estamos construindo de maneira efetiva agora, e isso é comigo, é minha liderança que precisa fazer com que isso seja feito. Às vezes o torcedor está certo numa coisa, é preciso uma derrota para expor o problema. Estou alinhado com os torcedores e respeito, às vezes a derrota bate na sua cara e chama o problema – disse Textor.
Fonte: Redação FogãoNET
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