Então isso quer dizer que podemos entender as palavras de Jos como as palavras de Max? “Eu posso entender isso, e é claro, eu eu meu pai somos muito próximos. Por outro lado, não sou normalmente um cara que gosta de falar sobre certas coisas. Só quero focar em pilotar e parece que ninguém está falando da grande performance que nós tivemos.”
Sobre Horner: “Não importa quem está na equipe”
Quando perguntado se ele continua na equipe se Horner também seguir como chefe, Verstappen não viu como uma oportunidade de demonstrar apoio ao britânico. “Vi essas histórias [de que ele não continuaria na Red Bull se Horner ficasse] e achei estranho. Para o que eu quero, não importa quem está envolvido com a equipe ou não, e sim ter um ambiente calmo em que todos estão contentes.”
Perguntado sobre uma divisão na equipe, ele disse: “Eu não sei, quer dizer, espero que não. Não deveria haver.”
Não é a primeira vez que Verstappen não aproveita a oportunidade de apoiar publicamente o chefe da equipe. Isso também tinha acontecido nas entrevistas que ele deu após a pole do GP do Bahrein.
A posição de Horner está, oficialmente, sendo questionada devido a um caso de má conduta com uma funcionária.
Sobre o caso, o prazo de apelação da investigação interna acaba na sexta-feira. Como se trata mais de um caso de uma conduta inapropriada por parte de uma pessoa em posição de liderança e não de assédio, não é esperado que a questão vá parar na Justiça.
Até por ser uma investigação interna de uma empresa, a maneira como o caso cresceu, com vazamentos à imprensa, mostra o uso dessa questão para tentar forçar o britânico a sair do cargo. E as declarações de Jos só aumentam a impressão de que isso interessa de alguma maneira ao pai de Verstappen.
Verstappen sobre o futuro: “Intenção é ficar na Red Bull, mas não dá para dizer 100%”
Mas de que forma a saída do chefe de uma equipe que está dominando a F1 poderia interessar ao pai do piloto que está ganhando tudo com essa equipe? Uma explicação seria o impacto de uma mudança na chefia liberar Verstappen de seu contrato atual com a Red Bull, que vai até 2028.
Perguntado se tem a intenção de ficar na equipe até o final de seu acordo, Verstappen disse que sim, mas salientou que “é tudo uma questão de performance e, é claro, a partir de 2026, há dúvidas por conta do regulamento. Mas eu sabia disso quando assinei. E também sei de tudo o que fizeram pela minha carreira. Então a intenção é ficar porque realmente gosto da equipe. Mas não dá para dizer 100% como vai ser.”
A grande dúvida, como apontou Verstappen, é em relação ao rendimento do motor que a Red Bull Powertrains está construindo. É a primeira vez que eles farão um motor de Fórmula 1 e, mesmo que tenham o apoio da Ford, é um desafio e tanto competir com montadoras como Mercedes, Ferrari ou Honda.
Perguntado pela coluna se tem confiança no rendimento do motor da Red Bull em 2026, Verstappen disse que “é impossível dizer. É um trabalho contínuo, e sei que muitas pessoas estão trabalhando duro no motor. É uma questão de confiar no processo para que, quando o motor estiver totalmente pronto, ele seja rápido.”
Outro ponto abordado por Verstappen foi a conversa que ele teve com o presidente da FIA, Mohammad ben Sulayem. O comandante da federação de automobilismo teria pedido que Max demonstrasse apoio publicamente a Horner. “Não vou dizer sim ou não porque ele veio até mim de maneira privada.” Se foi isso realmente o que Sulayem pediu, Verstappen parece não ter dado ouvidos.
Jos Verstappen não estará em Jeddah neste final de semana. Ele já tinha um compromisso na Bélgica e não viria para a segunda prova do ano. Horner fez uma reunião com o empresário de Verstappen, Raymond Vermeulen, no início da semana, tentando acalmar os ânimos e o próximo Max disse que queria um “final de semana mais tranquilo” na Arábia Saudita.
Nem parece, afinal, que eles começaram o campeonato dominando mais uma vez, com Verstappen vencendo com 22s de vantagem para o próprio companheiro, Sergio Perez, que foi segundo.
Reportagem
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