Mônica Conceição, boxeadora experiente do Mato Grosso do Sul e participante do Brasileiro Elite (Reprodução/Instagram/@damaziomonic)
Estudos da Sociedade Brasileira de Psicologia já apontaram que a prática esportiva é um excelente aliado no cuidado da saúde mental. Com poucos minutos de execução de alguma atividade física, o corpo do ser humano libera endorfina, popularmente conhecido como “hormônio da alegria”. Isso auxilia no tratamento de problemas psicológicos como ansiedade, controle de humor e até depressão. E foi isso que motivou a sul-mato-grossense Mônica Conceição a iniciar no boxe.
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“Eu comecei o boxe devido a uma depressão há cinco anos, e a obesidade também. Mas o motivo principal de eu ter começado no esporte foi devido a uma depressão suicida que eu tinha na época, e graças a Deus eu consegui superar essa depressão e obesidade, pesava 120 quilos”, contou Mônica. “Não quis tomar remédio nem antidepressivo, supri as minhas necessidades dessa medicação através do esporte. Também comecei a correr, tudo intercalado ao boxe, para ter uma preparação para a mente, porque a gente sabe que uma mente saudável faz toda a diferença”, completou a mãe de três filhos.
Nos últimos três anos, Mônica participou do Campeonato Brasileiro Elite de boxe, principal competição nacional da modalidade. Seu melhor resultado ocorreu em 2022, quando foi semifinalista na categoria até 60kg feminina. No entanto, em 2024, ela caiu ainda na primeira rodada, diante da carioca Paloma Lemos “Infelizmente a minha vitória não veio, né? Mas é muita experiência, inclusive porque esse ano é meu último ano no Brasileiro, porque já completei 40 anos”, disse a sul-mato-grossense.
“Muitos falam para mim “você é doida, ficar levando soco”, mas eles não sabem como isso aqui foi, é e sempre será muito importante para mim. Nunca vai ser esquecido na minha vida, porque foi o que me salvou, né? foi o que me salvou. Eu estou viva hoje graças ao boxe, ao esporte”, relatou a boxeadora.
Superação nos treinamentos e planos futuros
Atualmente, Mônica Conceição treina no Centro de Treinamento Prime Fight, em Campo Grande-MS, comandado pelo time Boxe Cubano. “Meu professor acreditou muito em mim desde o começo. Ele confiou no meu potencial, enquanto muitos não confiaram, querendo ou não a gente sofre um pouco (preconceito). Sempre tive que trabalhar para sustentar meus filhos e minha casa. Então, não é fácil conciliar tudo isso. Como não conseguia treinar, cheguei a ir correndo para ser uma forma de me preparar para o Campeonato Brasileiro de 2022, fazia 8km todos os dias”, contou.
Apesar de não poder disputar mais uma edição do Brasileiro Elite, pois já atingiu o limite máximo de idade do torneio, Mônica não pensa em parar de praticar o boxe. “A esperança é a última que morre, né? Vai que abre o Brasileiro Master. A expectativa não só minha, mas de outros atletas também. Eu sei que nós temos potencial para isso, porque quando existe amor ao esporte não tem jeito. Eu canso de escutar “você é a minha inspiração, você é braba”, e isso não tem preço. Então, a gente tem um plano aqui, né? E hoje eu sei que é inspirar pessoas a continuar o seu sonho”, falou.