Dirigentes multicampeões nos últimos anos, ex-jogadores com passagens vitoriosas com a camisa do Brasil e o retorno de uma rotina diária na sede da CBF. A seleção brasileira apresentou oficialmente nesta segunda-feira, em Londres, a nova formatação do departamento de futebol com caras novas em todos os setores. O organograma bem definido apresenta divisão de tarefas bem diferente do 2023 de resultados ruins.
Rodrigo Caetano e Dorival encabeçam a nova fase da CBF — Foto: Rafael Ribeiro / CBF
Se no ano passado o treinador era interino e o cargo de diretor de seleções foi extinto, a virada do ano trouxe mais do que novos nomes. São novas funções que aproximam a seleção masculina do desenho estrutural do departamento de futebol de um clube. Ao todo, 19 profissionais foram apresentados em entrevista coletiva em Londres, 13 recém-contratados e 11 com demandas que vão além dos períodos de Data Fifa.
No topo do organograma, a CBF buscou funcionários de clubes que conquistaram praticamente todos os grandes títulos disputados desde 2019. Rodrigo Caetano (diretor executivo), Cícero Souza (gerente), Juan (coordenador técnico) e Dorival Júnior (treinador) conquistaram quatro Libertadores, cinco Brasileirões e quatro Copas do Brasil nas últimas cinco temporadas.
– Pensamos em profissionais capacitados. Alguns já tínhamos trabalhados juntos em outras equipes, outros não, mas profissionais de destaque em suas equipes e que desenvolveram projetos de destaques. Formam o nosso grupo de apoio, o que vai ser fundamental no nosso dia a dia de trabalho – disse Dorival Júnior.
Dorival Jr. comanda seu primeiro treino na Seleção
Cargos de chefia na CBF
- Diretor Executivo – Faz toda relação institucional e profissional em contato direto com o presidente Ednaldo Rodrigues e é o responsável pela coordenação de todo o departamento de seleções principal e de base. Participa das demandas do topo até a base do organograma na execução e fiscalização dos trabalhos.
- Gerente de Seleções – Responsável pela ligação entre os departamentos nas demandas do dia a dia. É quem se relaciona diretamente com profissionais da CBF nos setores de marketing, jurídico, comunicação e afins na condução dos processos que interferem diretamente no departamento de futebol. Braço direito do diretor executivo.
- Supervisor de Seleções – Conduz questões logísticas e administrativas de modo que viabilize a execução das demandas que facilitem trabalho da comissão técnica seja no ambiente interno, seja em viagens ou dinâmicas de jogos.
- Gerente Técnico – É parte da comissão técnica e faz a conexão direta entre treinadores, auxiliares e todos os profissionais de campo com os departamentos de análise e scout. É quem conecta as pontas para acelerar os processos e para que dados e informações circulem de maneira objetiva, assim como aplicação nos trabalhos de campo. Função diretamente voltada para performance no campo.
Comissão da Seleção: Cícero Souza, Rodrigo Caetano, Dorival Júnior, Juan e Lucas Silvestre — Foto: Cahê Mota
Da antiga comissão técnica, permanecem os médicos Rodrigo Lasmar, Andréa Picanço e Felipe Kalil, o fisiologista Guilherme Passos, o analista de desempenho Thomaz Koerich e Marquinhos, que auxiliará Taffarel na preparação dos goleiros. Já a principal novidade é a incorporação de uma psicóloga no grupo de trabalho.
Marisa Santiago, que trabalha no Bahia, faz parte da comissão técnica na Data Fifa de março. Desde a Copa do Mundo de 2014, o Brasil não tinha um profissional da área no dia a dia do futebol profissional.
Ex-jogadores, que em outros momentos já tiveram maior espaço, agora são representados por Taffarel e Juan. O goleiro herói do tetracampeonato retorna após um ano de ausência, mas foi preparador de Dunga e Tite entre 2014 e 2022. Já o ex-zagueiro, bi campeão da Copa das Confederações e da Copa América com a camisa do Brasil, trabalhou com Dorival Júnior no Flamengo e ocupará função tanto no campo quanto no setor de observação.
Comissão técnica da Seleção em treinamento nesta segunda-feira — Foto: Rafael Ribeiro / CBF
Nova comissão técnica da Seleção
- Dorival Júnior – Treinador
- Rodrigo Caetano – Diretor executivo de seleções masculinas
- Cícero Souza – Gerente de seleções masculinas
- Sérgio Dimas – Supervisor de seleções masculinas
- Juan – Coordenador técnico
- Lucas Silvestre – Auxiliar técnico
- Pedro Setero – Auxiliar técnico
- Celso de Rezende – Preparador físico
- Pedro Campos – Auxiliar da preparação física
- Taffarel – Preparador de goleiros
- Marquinhos – Auxiliar da preparação de goleiros
- Guilherme Lira – Analista de desempenho
- João Marcos – Analista de desempenho
- Thomaz Koerich – Analista de desempenho
- Rodrigo Lasmar – Chefe do departamento médico
- Andréa Picanço – Nutróloga
- Felipe Kalil – Médico
- Guilherme Passos – Fisiologista
- Marisa Lúcia Santiago – Psicóloga
No topo deste organograma, Rodrigo Caetano é responsável pela volta de uma função extinta após a Copa do Mundo do Catar, mas com atribuições mais amplas que nas gestões de Edu Gaspar e Juninho Paulista, por exemplo. O dirigente falou sobre o cotidiano dos profissionais contratados pela CBF:
“Nossa rotina é bem diferente de clube, tem muito planejamento e observação. E vocês veem que mesmo quando nós nos planejamos e observamos existem mudanças, o imponderável, que são as lesões. Desse grupo temos, no mínimo, um representante fixo em cada uma das áreas”
– Temos uma estrutura fixa para justamente termos quase que um backup de todas as informações. Baseada nisso, faremos contato com os clubes, algo que eu pretendo dar uma acelerada depois desses dois primeiros jogos. Relacionamento com clubes brasileiros e de fora do Brasil, estreitarmos essa relação pois virão muitas convocações pela frente.
O Brasil encara a Inglaterra no sábado, às 16h (de Brasília), em amistoso no lendário estádio de Wembley, em Londres. No domingo, a delegação segue para Madri, onde mede forças com a Espanha, terça-feira, no Santiago Bernabéu.