Chefe de delegação da Seleção Brasileira, Leila Pereira se posicionou diante dos casos Robinho e Daniel Alves. Também presidente do Palmeiras, a executiva criticou as decisões da justiça e a impunidade em casos de violência contra a mulher.
“Ninguém fala nada, mas eu, como mulher aqui na chefia da delegação da Seleção Brasileira, tenho que me posicionar sobre os casos de Robinho e Daniel Alves. Isso é um tapa na cara de todas nós mulheres, especialmente o caso do Daniel Alves, que pagou pela liberdade. Acho importante eu me posicionar. Cada caso de impunidade é a semente do crime seguinte”, disparou.
Leila na Seleção Brasileira
Primeira mulher a ocupar o cargo de chefe de delegação da Seleção Brasileira, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, faz história no futebol nacional. A empresária, jornalista e advogada funciona com uma representante do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues. O gestor, inclusive, só embarcou para a Europa no fim da última quarta-feira (20).
Como um braço direito do mandatário da CBF, Leila precisa acompanhar treinos e dividir a rotina da Seleção. É comum que um chefe de delegação compareça a almoços, jantares e reuniões com outros dirigentes de federações, mas, até o momento, não há nada agendado neste sentido.
Daniel Alves condenado
A Justiça da Espanha permitiu, nesta quarta-feira (20), a liberdade provisória de Daniel Alves, condenado por estupro. O ex-lateral da Seleção Brasileira teve o pedido aceito com o pagamento de fiança de 1 milhão de euros (na cotação atual, R$ 5,45 milhões).
Além da sentença de quatro anos e meio de prisão, a decisão previa que Daniel Alves teria liberdade supervisionada por cinco anos, após cumprir o período como detento. A juíza Isabel Delgado, da 21ª Seção de Audiência de Barcelona, também ordenou que ele ficasse afastado da mulher por nove anos e custeasse uma indenização de 150 mil euros (cerca de R$ 804 mil). Daniel também pagará as custas do processo.
A sentença considera provado que “o acusado agarrou bruscamente a denunciante, derrubou-a no chão e, impedindo-a de se mover, penetrou-a vaginalmente, apesar de a denunciante dizer que não, que queria ir embora”. E entende que “com isso se configura a ausência de consentimento, com o uso de violência e com acesso carnal”.
Em depoimento, o ex-lateral chorou, disse que tinha consumido bebida alcoólica e negou ter estuprado a jovem.
Caso Robinho
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) compôs maioria e decidiu, nesta quarta-feira (20), pela prisão de Robinho para cumprimento da sentença de 9 anos por estupro conferida pela Justiça da Itália. A Corte Especial decidiu homologar em território brasileiro a sentença italiana, atendendo a pedido do Ministério Público de Milão. Robinho ainda pode recorrer em liberdade e apresentar pedido de habeas corpus.
Condenado a 9 anos de prisão por estupro
Ídolo do Santos com passagens pela Seleção Brasileira e pelo Atlético, Robinho recebeu uma sentença de 9 anos de prisão por participação no estupro coletivo de uma mulher de 23 anos. O crime ocorreu em uma boate italiana em 2013. Na época, Robinho atuava pelo Milan.
O jogador brasileiro foi condenado em todas as instâncias da justiça italiana, e o Ministério Público de Milão recorreu ao Brasil, no ano retrasado, pedindo ao país a extradição imediata de Robinho. Entretanto, a legislação brasileira não permite a extradição de cidadãos aqui nascidos para cumprimento de pena em outros países. Assim, diante da recusa, a Itália pediu que ele cumpra a sentença em território brasileiro.
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Jornalista em formação na UFMG. Apaixonado por futebol e esportes em geral.