Hulk 100 vezes: paraibano alcança marca histórica pelo Atlético-MG
A alteração foi possível de observar nos últimos jogos e ganhou forma por conta de um atleta em específico: Alisson Santana. O jogador da base trouxe uma característica que faltava ao elenco – e no mesmo perfil de Brahian Palacios – velocidade, drible e improvisação para atuar pelo lado do campo.
Essa troca na formação foi um dos motivos citados por Felipão pela demora do time engrenar no ano.
– Estamos modificando a forma de jogar do Atlético do ano passado. Em 2023, não tínhamos um ponta agressivo como o Alisson, que jogasse pelo aquele setor. Tem dificuldade na marcação, mas se notarem, contra o América, ele foi muito bem em dar uma tranquilidade ao Saravia.
– Com ele ajudando, dá amplitude pelo outro lado, tranquilidade para o Arana subir. Nos ajuda a ter uma situação nova na equipe – com dois jogadores de frente que podem se procurar bastante. São situações que evoluem com o treinamento.
* Alisson já fazia parte do grupo do Galo em 2023.
2023: dois homens de frente, jogadas rápidas
Ao chegar, Felipão enfrentou uma sequência dura sem vencer. Com o tempo, procurou mudar sua formação clássica, com dois homens abertos, se adequou ao elenco e foi dessa forma que conseguiu uma arrancada no segundo turno.
A ideia passou por ter uma zaga combativa, de marcar homem a homem, e que buscava uma saída com mais jogadores auxiliando. Outras vezes, na bola longa. E isso tinha participação direta da dupla de ataque: Hulk e Paulinho. Eram os responsáveis por receber essa bola, sustentar ela na frente e fazer o jogo andar – o camisa sete principalmente.
– No começo, tivemos um pouco de dificuldade de 4-3-3. O professor foi muito feliz na mudança. Ele teve que se adaptar a nossa equipe. Tivemos melhores resultados – Everson, em entrevista ao Boleiragem, em 2023.
Uma base do Atlético em 2023 — Foto: Ge
O meio contava com dois volantes e dois meias de posse. Igor Gomes e Zaracho foi um caminho. Eles jogavam mais pelo centro – no caso de Gomes – abria o corredor para Guilherme Arana. No ataque, ao recuperar a bola, a ideia era atacar os espaços vazios e chegar o mais rápido possível na área.
Paulinho tinha maior liberdade e atuava atrás de Hulk – como um segundo atacante – e com ações mais livres no setor.
As melhores exibições do Galo foram quando reagia a seus adversários no Brasileirão. O que isso quer dizer? O adversário tinha maior posse, ocupava o campo de ataque, e o Alvinegro era preciso ao recuperar a bola e atacar com poucos toques, aproveitando do espaço deixado.
Hulk: alvo de todas as ligações diretas do Galo — Foto: Reprodução
2024: Paulinho e Alisson abertos
Em toda carreira, Felipão sempre gostou de atuar com dois homens de frente abertos e um 9 de mobilidade. No Galo, neste início de ano, ele tem promovido essa transformação na forma de jogar.
A escalação coloca Paulinho aberto na esquerda, Hulk centralizado (liberdade), e Alisson pela direita. Um time mais agressivo pelos lados. Quando não é o camisa 10, Arana ocupa o corredor e dá, ao atacante, liberdade para aparecer na área.
Nas primeiras rodadas, ele apostou nessa adaptação – sem ter um homem tão agressivo na direita – e com o lado direito não tão encaixado – segurando muito o Arana atrás.
Hulk
Everson
Jemerson
Guilherme Arana
Gustavo Scarpa
Battaglia
Saravia
Paulinho
Igor Gomes
Bruno Fuchs
Alisson
Essa arma está começando a ser melhor explorada. Contra o América-MG, um caminho foi apostar em uma construção curta pela direita – atraindo o Coelho e invertendo para que o Paulinho – ou Arana – recebesse em condições de chegar com perigo pela esquerda.
Nos outros jogos, foi com Alisson as principais chances do Alvinegro. Quando a bola ia para área, o caminho era o cruzamento rasteiro ou aproveitando das costas da marcação no segundo pau.
Gomes e Scarpa transitam para ajudar em combinações pelo lado e também povoam mais o meio-campo. Já Battaglia é o primeiro homem à frente da linha defensiva.
Aos 44 min do 1º tempo – gol de dentro da área de Paulinho do Atlético-MG contra o América-MG
O futebol apresentado continua longe do desempenho encontrado com a outra formação, mas Felipão tem deixado claro a forma que acredita que pode tirar o melhor da equipe no ano.
A formação pode passar por adaptações – principalmente durante os jogos – ou contar com um volante a mais em embates mais duros. Mas sem tirar a agressividade do time pelo corredor.