Cantar em público, com uma voz que ela mesma diz não ser das melhores, foi apenas um dos desafios de Leila durante a semana em que estreou na função.
A primeira mulher a chefiar uma delegação de seleção brasileira foi pioneira, também, em falar sobre um tema que costuma causar um incômodo silêncio na CBF: os casos de Robinho e Daniel Alves, ambos condenados por estupro e que voltaram às manchetes esta semana.
“Ninguém fala nada, mas eu, como mulher aqui na chefia da delegação, tenho que me posicionar sobre os casos do Robinho e Daniel Alves. Isso é um tapa na cara de todas nós, mulheres, especialmente o caso do Daniel Alves, que pagou pela liberdade. Acho importante eu me posicionar. Cada caso de impunidade é a semente do crime seguinte”, disse Leila ao UOL.
A declaração foi uma exceção. Embora esteja sempre entre os jornalistas, conversando e assistindo às entrevistas coletivas, ela já avisou que não gravará entrevistas. “Vocês adoram a Leila, né?”, disse Rodrigo Paiva, diretor de comunicação da CBF, dispersando uma “rodinha” de profissionais que aumentava em torno da dirigente.
As atribuições do chefe de delegação nas viagens da CBF sempre foram algo abstratas: fazer aparições protocolares, substituir o presidente durante sua ausência e lidar com políticos locais. Muitas vezes, a função foi usada como homenagem a cartolas que quase não apareciam diante das câmeras.