* Já pararam para pensar como é curioso parte da imprensa acusar de John Textor de fazer denúncias sem provas e não ter provas nas acusações que faz a John Textor? Faz algum sentido? É com isso o que o Botafogo e o empresário americano têm que conviver.
* Antes de entrar neste assunto específico, cabe lembrar outras acusações anteriores da imprensa sem provas (e sem razão), como: “o Botafogo está virando SAF com John Textor para dar calote e não pagar dívidas”; “o Botafogo com John Textor vai virar clube-satélite”; “John Textor visa apenas lucro no Brasil e não está preocupado com o Botafogo” e etc.
* Agora, a primeira reação de diversos jornalistas quando John Textor denuncia corrupção na arbitragem é: “ele vai ter provar”. Ou então já levantar quais as possíveis punições ao acionista da SAF do Botafogo. Acusam Textor de não ter provas. E a mídia tem provas que John Textor não tem provas? Isso apesar de o empresário fazendo o caminho correto, de levar a questão as autoridades competentes.
* Por que a primeira atitude da imprensa é gritar contra alguém que aponta possível problema gravíssimo no futebol brasileiro? Parece uma proteção ao sistema. Ou será que todo mundo acredita que não há possibilidade de corrupção no Brasil? Será que foram apenas casos isolados as denúncias nas últimas décadas sobre Papeletas Amarelas, Caso Ivens Mendes e Máfia do Apito? Será que a Operação Penalidade Máxima, no ano passado, que mostrou envolvimento de jogadores com apostas esportivas, estava errada?
* Infelizmente, há corrupção em diversos setores da sociedade brasileira. Como crer que apenas no futebol não existe? Que a arbitragem seja 100% confiável? Como a ANAF e a Abrafut podem gritar contra John Textor horas após a denúncia se não sabem o teor das denúncias e do áudio que o empresário tem? Não seria o caso de as próprias entidades primeiro olharem para dentro? Elas deveriam ser as principais interessadas em apurar se há qualquer desvio dentro de seus quadros.
* Outra reação esquisita da imprensa é destacar que áudio de árbitro que Textor tem “é de divisão menor”, como se diminuísse a gravidade do problema. Séries A, B, C e D no Brasil são organizadas pela CBF. Um juiz pode alternar entre as divisões. Se houver manipulação e corrupção em “divisão menor”, ela afeta todo o futebol brasileiro, põe em xeque todo o cenário.
* E não adianta falar que “ao não citar nome” John Textor está acusando e denegrindo toda a arbitragem brasileira. Não é o caso. Ou quando houve manipulações de resultados com jogadores por conta de apostas esportivas no ano passado toda a classe foi acusada? É preciso identificar e punir os responsáveis. Quem não está entre eles deve seguir com a consciência tranquila.
* O mesmo vale para o Palmeiras, que soltou nota oficial nesta segunda-feira. A denúncia de Textor é contra a arbitragem, não contra o clube paulista, como deixou claro nos últimos dias. O que incomoda tanto o Alviverde?
* No fim, voltando à imprensa, é novamente má vontade com John Textor e com o Botafogo. Vale dar aquele velho exemplo: o Lyon melhorou e vem vencendo diversos jogos no Campeonato Francês. Vocês viram postagens ou reportagens da imprensa ligando isso ao Botafogo e a John Textor? É claro que não. Fazem apenas nas derrotas. É bizarro.
* O mundo ideal seria que imprensa, federações, confederações, justiça desportiva, justiça comum e autoridades competentes se unissem para apurar. O que realmente está acontecendo com o futebol brasileiro? Como podemos resolver? John Textor tem razão? Mas o Brasil tem a mania de varrer sujeira para baixo do tapete. Tomara que não aconteça mais uma vez.
* Enquanto John Textor briga contra o sistema, o Botafogo segue vencendo jogos sob comando de Fabio Matias. A partida contra o Sampaio Corrêa foi bem ruim, sofrível, mas valeu pelos golaços de Yarlen e Sapata. Yarlen, aos 18 anos, surge como grande promessa, ambidestro, habilidoso, corajoso, com personalidade.
* O Botafogo fez certo em poupar os titulares, inclusive da viagem, para o jogo da Taça Rio. Foco total na Libertadores, porque quarta-feira é dia de decisão.