Pela primeira vez, a Polícia Civil de Pernambuco admitiu, de forma pública e oficial, a possibilidade de o ataque ao ônibus com a delegação do Fortaleza ter sido realizado por engano. Uma linha de investigação aponta que as bombas e pedras atiradas no veículo com os atletas tricolores poderiam ter sido, na verdade, arremessadas no intuito de atingir torcedores de uma organizada cearense.
Polícia prende três suspeitos de envolvimento no ataque ao ônibus do Fortaleza
Segundo o delegado Raul Carvalho, da Delegacia de Polícia de Repressão à Intolerância Esportiva, somente o desenrolar das investigações confirmarão se o alvo do ataque seriam os atletas ou torcedores. Independentemente do alvo, a ação foi premeditada, garante a polícia.
– Não foi uma ação isolada, mas premeditada. A premeditação que é uma das partes da investigação a ser elucidada agora é: o ataque foi proposto par ser realizado à torcida uniformizada do Fortaleza, rival da Torcida Jovem do Leão, ou ao ônibus (com os jogadores)? Esse é um dos elementos que a gente precisa esclarecer durante a investigação – afirmou o delegado.
Raul Carvalho, delegado da Delegacia de Polícia de Repressão à Intolerância Esportiva — Foto: Daniel Leal/ge
Nele, membros da torcida organizada rubro-negra tentaram atacar um ônibus com membros da Leões da TUF, justamente a organizada do Fortaleza. A polícia investiga se esse grupo seria o verdadeiro alvo do ataque após a partida.
“Coletamos imagens divulgadas antes do jogo (veja abaixo). Tentamos identificar um vídeo que circulou deles planejando ataque ao ônibus da torcida organizada do Fortaleza: ‘Cadê a bomba?’. Enfim, ali é antes, então já tinha uma intenção de praticar a ação organizada”, disse Raul Carvalho.
Vídeo mostra uniformizada do Sport planejando ataque a ônibus de torcida do Fortaleza
Nesta sexta-feira, a Polícia Civil de Pernambuco deflagrou a operação denominada “Hooligans”, com sete mandados de prisão e sete de busca e apreensão domiciliar. Três pessoas acabaram presas.
– Hoje foi um começo, outras pessoas serão implicadas também. A investigação é complexa e envolve muitas pessoas, mas gente tem certeza que vai chegar. Já chegamos e vamos chegar a outras pessoas – garantiu Raul Carvalho.
O caso ocorreu no último dia 22 de fevereiro, às 2h21 (conforme aponta o Boletim de Ocorrência realizado pelo Fortaleza), após o jogo entre Sport e o Tricolor do Pici, na Arena de Pernambuco.