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Em sua primeira convocação como treinador da seleção brasileira, Dorival Júnior conseguiu algo raro: fez uma lista com a sua cara, mas também manteve uma base que é difícil contestar.
O treinador admitiu que, na dúvida, chamou jogadores que conhecia. Assim, deu chances a Rafael e Pablo Maia, do São Paulo, Lucas Beraldo, hoje no PSG, e Ayrton Lucas, do Flamengo. Outra novidade foi Murilo, zagueiro do Palmeiras.
Todos eles, à exceção de Beraldo, jogam no futebol brasileiro e mostram que Dorival está de olho no futebol nacional.
Mas foram três jogadores que atuam na Europa que chamaram ainda mais a atenção, e mostram que o treinador e a comissão técnica estão acompanhando de perto as principais ligas nacionais e a Champions League. Vamos a eles:
Savinho – ponta, Girona
Savinho é o segundo melhor ponta do futebol brasileiro na atual temporada, atrás apenas de Vini Jr. O jogador do Girona é um dos responsáveis pela campanha histórica do time catalão na Liga Espanhola e já marcou 9 gols e deu 7 assistências na temporada.
O jogador, revelado pelo Atlético-MG, consegue romper linhas com dribles e também impor velocidade nos contra-ataques do clube comandado por Michel. Savinho tem a vantagem de jogar pelos dois lados, o que abriria a chance de lutar com Raphinha pela posição na direita.
Wendell – lateral-esquerdo, Porto
Não é a primeira vez que Wendell é convocado pela seleção principal — ele já foi chamado por Tite em 2016, quando ainda jogava no Bayer Leverkusen, mas não jogou.
Hoje no Porto, o ex-jogador do Grêmio vive boa fase: melhorou defensivamente e manteve a qualidade no ataque, tornando-se um jogador importante no esquema do técnico Sérgio Conceição.
Contra o Arsenal, na Champions League, ele ficou frente a frente com Bukayo Saka, estrela do clube londrino e da seleção inglesa. O brasileiro anulou o ponta rival, no que pode ser uma prévia do confronto em Wembley.
Andreas Pereira – meio-campista, Fulham
Andreas também não é um estreante, pois esteve em dois amistosos logo depois da Copa do Mundo de 2018. O jogador do Fulham recusou mais de uma vez o chamado da seleção da Bélgica (país onde nasceu), para poder defender a amarelinha.
No Fulham, ele é o organizador do meio-campo: recebe a bola em praticamente todas as jogadas, dita o ritmo das transições, distribui o jogo para os pontas e atacantes. Também é o responsável pelas bolas paradas.
A experiência enfrentando alguns dos melhores jogadores do mundo, na liga mais competitiva da Europa, pode agregar muito à seleção.
Quem poderia estar e não foi chamado
Apesar de não ter nenhum absurdo ou grande injustiça, a primeira lista de Dorival Júnior não contemplou jogadores que fazem temporadas acima da média.
Murillo – zagueiro, Nottingham Forest
O ex-jogador do Corinthians é o grande destaque do Nottingham Forest e um dos melhores zagueiros da Premier League na temporada. Além da consistência defensiva, ele tem se destacado pelos passes longos, uma característica do time do norte da Inglaterra.
Aos 21 anos e sem experiência na seleção principal, Murillo acabou perdendo a disputa para Lucas Beraldo e para o xará Murilo (do Palmeiras), ambos também estreantes.
Bremer – zagueiro, Juventus
Um dos pilares da defesa da Juventus, Bremer tem bons números na temporada e era considerado nome forte para a primeira lista de Dorival. O zagueiro, que se destaca pela potência física e pelo jogo aéreo, acabou não sendo lembrado.
O novo treinador optou por chamar Danilo, companheiro de Bremer na Juventus, que também faz temporada sólida. Mesmo jogando no miolo da defesa nas últimas temporadas, o ex-jogador do Santos foi chamado como lateral-direito.
Pedro – atacante, Flamengo
Uma das ausências mais surpreendentes na lista de Dorival é Pedro, atacante que se destacou com o treinador no Flamengo.
Centroavante com características diferentes de Richarlison, Endrick e Rodrygo, Pedro poderia ser uma carta na manga para mudar o estilo do ataque brasileiro.
Desde o início do ano, ele disputou 9 partidas, com média de um gol por jogo — sete no Carioca e dois em amistosos da pré-temporada.
Opinião
Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.
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